Em mais uma ação coordenada a nível nacional para combater o crime organizado no Brasil, o Ministério da Justiça e Segurança Pública firmou um acordo de cooperação técnica com o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) para ampliar a segurança das cidades localizadas no entorno de empresas mineradoras. O acordo prevê o compartilhamento de informações para formular um planejamento integrado entre as forças de segurança pública, mineradoras e a própria população residente nessas localidades. Também está previsto no documento a adoção de boas práticas, em todas essas cidades que podem ser alvos de ações criminosas, relacionados a esse setor econômico.
Após assinar o documento, o ministro em exercício da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, destacou que a segurança faz parte do desenvolvimento do País. “Ninguém investe num país se não houver uma garantia que aquele ambiente proporcione seu desenvolvimento”, ressaltou. “Tenho certeza de que as mineradoras têm muitas informações, inclusive, sobre a mineração ilegal. Então, essa parceria é mais um passo para auxiliar na segurança de um setor estratégico na economia brasileira. O Brasil é uma potência mineral, estamos falando de ouro, diamante”, complementou.
“Queremos planejar e gerar simulados de prevenção a possibilidade de ataques das organizações criminosas na modalidade de domínio de cidade, vulgarmente conhecido como novo cangaço”, explicou o diretor de Operações de Inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), Romano Costa.
O vice-presidente do Ibram, Fernando Azevedo e Silva, que também assinou o acordo, disse que a retirada de minério resulta de diversas tentativas, por isso, exige grandes investimentos. “São necessários anos para obter lucro e ações para atender a legislação. Diante de todo esse desembolso e investimentos cotados em milhares ou milhões de esforços, que geram diversos benefícios ao Brasil, as atividades criminosas levam apenas alguns instantes para dar fim ao resultado que exige tamanho esforço e aporte de recursos financeiros”, destacou.
Durante as negociações para selar o acordo, o vice-presidente do Ibram ressaltou foi realizado um estudo junto às mineradoras para registrar a percepção dos gestores sobre os desafios, além da coleta de dados de produção, geração de emprego, impostos, localização das operações, presença de órgãos públicos e forças de segurança, além de incidência de quadrilhas organizadas nessas cidades.
“É o estado brasileiro tomando providencias em parceria com a iniciativa privada para debelar a ação de grupo criminosos que pilham preciosas cargas de minério e causam graves problemas de segurança aos munícipios, às pessoas, à economia e ao meio ambiente”, finalizou.
Integração Nacional – O Ministério da Justiça e Segurança Pública vem atuando em diversas frentes para combater o crime organizado nos mais diversos setores do País. Uma das estratégicas mais utilizadas é a integração dos órgãos por intermédio do Sistema Único de Segurança Pública e entidades privadas. Recentemente, um dos acordos assinados foi com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e com as operadoras de telefonia para implantação do Celular Seguro, aplicativo que permite aos cidadãos comunicar as ocorrências de roubos e furtos de celulares.
“Eu insisto em todas essas parcerias na lógica de ter no Pais essa visão de ter o Susp, que tem a sua espinha dorsal nos entes públicos, mas que extrapola e vai para além disso, se concentrando na integração de toda a informação que existe, seja ela gerada por entes públicos ou privados para ampliar a segurança pública no Brasil”, finalizou o ministro em exercício.