O Estado Islâmico assumiu nesta quinta-feira (4) a autoria de um ataque com bombas no sul do Irã, que ocorreu na véspera, durante uma cerimônia que marcava o aniversário da morte do general Qassem Suleimani, assassinado pelos Estados Unidos em 2020. Os atentados deixaram ao menos 84 mortos.
Na quarta-feira 3, duas bombas atingiram a multidão perto do túmulo de Suleimani, na cidade de Kerman. Em resposta, o governo iraniano reforçou a segurança ao longo das suas fronteiras com o Afeganistão e o Paquistão, já um sinal de suspeita em relação a grupos afiliados ao Estado Islâmico.
Em comunicado divulgado por meio do aplicativo de mensagens Telegram, nesta quinta-feira, o Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelo ataque, dizendo que dois dos seus membros haviam detonado cintos explosivos durante o evento da véspera. O general Suleimani era um inimigo ferrenho do grupo extremista sunita, já que foi grande aliado dos governos oficiais no Iraque e na Síria, onde os terroristas atuavam.
Resposta forte e decisiva
O ministro do Interior do Irã, Ahmad Vahidi, prometeu uma forte reação às explosões da quarta-feira. Em entrevista à rede de TV estatal, ele afirmou que “aqueles que cometeram esses crimes devem esperar uma resposta forte e decisiva por parte das forças de segurança do Irã”, acrescentando que “tudo está sob controle agora e a calma foi restaurada”.
Houve duas explosões consecutivas na cidade do sul do país, durante o evento que marcava o aniversário de morte de Soleimani. Segundo a TV estatal, pelo menos 103 pessoas haviam sido mortas, e o governo do Irã chegou a divulgar o montante, mas depois percebeu que havia nomes repetidos na lista.
Em comunicado, o Conselho de Segurança das Nações Unidas condenou o que descreveu como um “ataque terrorista covarde”. A Guarda Revolucionária iraniana, da qual Suleimani fez parte, prometeu uma resposta dura, descrevendo o atentado como um “ato cego e rancoroso para induzir a insegurança no país”.