Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) usou seu perfil no X (antigo Twitter) para provocar o deputado André Janones (Avante-MG), apoiador do presidente Lula durante a última campanha eleitoral. Em resposta, o deputado mudou de assunto, mas usou seu próprio escândalo envolvendo investigação por rachadinha, para sugerir e desafiar o adversário a abrir mão de todos os seus sigilos.
A discussão na noite desta quinta-feira envolvia a morte do youtuber PC Siqueira e as acusações de pedofilia envolvendo o influenciador. Janones aproveitou o episódio para lembrar o trecho de uma entrevista de Bolsonaro em que ele afirmava que havia “pintado um clima” entre ele uma jovem venezuelana de 14 anos. O caso gerou muita repercussão durante o segundo turno da eleição de 2022. O vereador carioca reagiu à fala de Janones.
“Vamos deixar esse assunto um pouco de lado e falar de rachadinha? Não sei se você viu, mas vazou um áudio, onde eu sugiro que meus assessores me ajudem financeiramente. Por conta desse áudio foi aberto um inquérito, no qual estou abrindo mão de TODOS os meus sigilos para provar que nunca fiz rachadinha e nunca recebi um único centavo de dinheiro de assessores!”, diz o deputado, que provoca o adversário político: “Queria te convidar para fazer o mesmo, o que acha?”.
Carlos Bolsonaro não respondeu a provocação de Janones.
Em áudio divulgado este ano, Janones pede a assessores que o ajudem a reconstruir o patrimônio perdido durante sua campanha. O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu inquérito para investigar o caso, e, no Congresso, o Conselho de Ética da Câmara instaurou um processo que pode levar à cassação do seu mandato. Ele nega irregularidades.
Investigações sobre prática da “rachadinha” e do desvio de recursos de gabinete por meio de funcionários fantasmas pairam sobre outros integrantes da família Bolsonaro, que foram alvo de investigações do Ministério Público do Rio (MP-RJ) e do Ministério Público Federal (MPF).
Nos últimos anos, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o senador Flávio Bolsonaro (PL) também foram alvo de investigação sobre escândalos envolvendo uso de funcionários fantasmas e repasse irregular de parte ou a totalidade dos salários de funcionários.