Segundo informações da colunista Natália Portinari, do portal Uol, o senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator do Orçamento de 2023, enviou R$ 38,2 milhões para uma obra de saneamento executada pela empresa de seu irmão, que já foi alvo de investigações do Tribunal de Contas da União (TCU), Controladoria-Geral da União (CGU) e Ministério Público Federal (MPF).
A obra, da Construtora Jurema, está em andamento desde 2009 e, após treze anos de atraso, já custou R$ 105 milhões aos cofres públicos, sem incluir o repasse de agora. O objetivo é implementar um sistema de esgoto na cidade de Floriano (PI).
A empresa tem como sócio-administrador João Costa e Castro, irmão do senador. Além disso, Marcelo Castro tem influência no órgão responsável por fiscalizar o andamento da obra. Desde abril, o chefe da superintendência da Codevasf no Piauí é seu filho, Marcelo Vaz da Costa e Castro.
Segundo a coluna do UOL, houve desclassificação indevida de uma empresa concorrente e que a Jurema, por estar inadimplente com a previdência, não poderia ter sido habilitada.
A investigação foi enviada ao TCU, que encontrou um sobrepreço (orçamento com valor exagerado) de R$ 13,5 milhões no projeto e um superfaturamento (cobrança indevida por parte da empresa) de R$ 3,9 milhões nos materiais adquiridos.
Em nota, Marcelo Castro disse ao Uol que as indicações para o Piauí partiram de vários parlamentares do estado e que, considerando só as emendas da Comissão de Desenvolvimento Regional (CDR), o Piauí não foi beneficiado desproporcionalmente.
“Em relação aos recursos indicados pela CDR durante a presidência do senador Marcelo Castro, até o dia 6 de dezembro (conforme tabela do SIOP) foram indicados cerca de R$ 185 milhões. O valor é o total de emendas indicadas por todos os parlamentares do Piauí.”