Para atender ministros e deputados que desejam conciliar seus cargos públicos com as salas de aula, o Congresso Nacional preparou de acordo com Augusto Tenório, do Estadão, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que autoriza qualquer agente público acumular o cargo de professor remunerado, seja na esfera pública ou privada. A expectativa é que a matéria seja votada pela Câmara em março de 2024, na retomada do Legislativo após o recesso
A matéria foi discutida em comissão especial encerrada em dezembro. De acordo com o relator, o deputado Paulo Fernando (Republicanos-DF), a Constituição não é clara sobre quais funcionários podem ou não podem atuar no magistério, o que leva a decisões judiciais erráticas.
“Precisamos deixar esclarecido que a PEC tem o sentido de assegurar a liberdade de escolha do professor. Uma vez tendo a devida qualificação, compete a ele, profissional, escolher se quer trabalhar 20 horas, 40 horas, 60 horas ou até mais, durante a semana, desde que obedecido o requisito da compatibilidade de horários, que não será alterado”, afirma o relator.
Pelo parecer, os professores também poderão atuar como Microempreendedores Individuais (MEI). “Um professor ocupante de um cargo de provimento efetivo numa universidade que deseje complementar sua renda exercendo atividade empresarial cujo faturamento bruto máximo anual seja de R$ 81 mil (teto estabelecido pela legislação do MEI) não nos parece estar colocando em risco a qualidade do serviço prestado aos seus alunos universitários, desde que haja compatibilidade de horários”.