Após desferir um tapa no rosto do deputado federal Messias Donato (Republicanos-ES), o também parlamentar Washington Quaquá (PT-RJ) usou as redes sociais para ironizar o episódio. A agressão — flagrada em vídeos amplamente compartilhados por políticos bolsonaristas — aconteceu nesta quarta-feira, durante a sessão de promulgação da Reforma Tributária no plenário da Câmara. Depois da confusão, Donato chegou a chorar na tribuna da Casa enquanto discursava.
“Bolsonarista e fascista chorão! Adora xingar e agredir os outros. Mas não aguenta uma porrada”, escreveu Quaquá, nesta sexta-feira, em postagem que mostra o momento em que, no púlpito, o deputado capixaba foi às lágrimas. Na ocasião, Donato disse se sentir “humilhado”.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava no plenário quando ocorreu o tumulto. Parlamentares da base e da oposição duelavam aos gritos a favor e contra o governo. Os bolsonaristas chegaram a xingar o chefe do Executivo.
Vice-presidente do PT, Quaquá se aproximou de Donato e disse que iria representar contra o colega no Conselho de Ética por conta das ofensas. Na sequência, como registram as imagens, o deputado do Republicanos responde algo não captado, e o petista retruca com uma expressão homofóbica: “Viadinho”. Então, o bolsonarista segurou o braço de Quaquá, que também filmava a cena com o celular. É neste momento que o político fluminense desfere o tapa no rosto do colega de Casa.
Quaquá sustenta que seu comportamento foi desencadeado “por uma agressão anterior”. Em nota, também divulgada nas redes sociais, ele diz que Donato “proferia ofensas contra o presidente da República” e que, por isso, ligou a câmera do celular “com a intenção de produzir prova para um processo”.
Assista:
“Foi quando fui empurrado e tive o braço segurado para evitar a filmagem”, prossegue o texto do petista. “Nunca utilizo a violência como método, mas não tolero agressões verbais ou físicas da ultra direita e sempre reagiriei para me defender. Bateu, levou”, conclui a nota.
Já Donato argumentou que colocou a mão para Quaquá “parar de proferir palavras de baixo calão”, quando acabou surpreendido com o tapa. Na tribuna, ele chorou e disse estar com medo.
— O deputado disse que fez e fará de novo, confesso que tenho medo. Além das agressões físicas, um tapa, da agressão psicológica, não sei de onde pode vir esse deputado. Eu confesso que estou muito abalado psicologicamente, porque eu não sei, agora voltando para casa, não sei, porque ele falou que fez e que fará de novo — disse.
Nas redes sociais, parlamentares bolsonaristas cobram punição ao petista. Júlia Zanatta (PL-SC) afirmou que o PL pedirá a cassação do mandato do parlamentar no Conselho de Ética da Câmara. “É inaceitável a agressão física a quem quer que seja na Câmara dos Deputados. Representaremos por sua cassação no Conselho de Ética”, afirmou em uma publicação. Postagens similares foram feitas por Caroline de Toni, Nikolas Ferreira e outros deputados.