O Brasil pode receber segundo a revista Veja, um empréstimo de 3 bilhões de euros da França para desenvolver seu plano nuclear. A condição é que o crédito seja garantido pela exploração de urânio no país, que tem a participação da empresa francesa Orano.
A proposta foi discutida pelo deputado Júlio Lopes, presidente da Frente Parlamentar Nuclear, com o embaixador francês Emmanuel Lenain e o chanceler Mauro Vieira. Lopes fez uma viagem ao exterior para divulgar o plano nuclear brasileiro.
Lopes esteve na World Nuclear Exhibition, em Paris, e de lá voou para a COP28. A ideia é que esteja tudo pronto para Macron assinar em março, quando virá ao Rio.
No almoço, nesta quarta-feira, na embaixada francesa em Brasília, Lopes e Lenain discutiram o financiamento bilionário. Impressionado com o potencial de ter a quinta maior reserva de urânio do mundo o diplomata questionou o parlamentar: “qual a razão de ainda não ter exportado toda essa riqueza?”.
O acordo com os franceses ampliaria os moldes do PROSUB, que desenvolve submarinos de propulsão nuclear na Marinha, a outras áreas, como medicina nuclear, irradiação na agricultura e intercâmbio científico. Enquanto nos últimos três anos, a França contratou 2.200 engenheiros nucleares por ano, o Brasil abriu cerca de 200 postos de trabalhos anuais na área. A maioria na Amazul, ligada à Marina.
A iniciativa mais importante, porém, seria destravar obras nas usinas de Angra dos Reis. O projeto prevê a modernização de Angra 1 e a continuidade da obra em Angra 3, que entre idas e vindas, já está há mais de uma década parada. Nas contas de Júlio Lopes, a usina parada custa cerca de 15 bilhões de reais, para que não vaze nenhum material radioativo. Para terminar a construção, o investimento seria de 20 bilhões de reais.