O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira (5) que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre surpreendeu ao mostrar crescimento. O avanço foi tímido, de 0,1%, mas veio acima das estimativas do mercado financeiro, que projetava resultado negativo no período.
Ao comentar o desempenho econômico do período, Haddad, citou os juros elevados da economia e pediu para o Banco Central “fazer o seu trabalho”, em uma alusão ao processo de corte da taxa básica de juros da economia.
“Nós tivemos um PIB positivo, mas fraco, mas com os cortes nas taxas de juros, nós esperamos que neste ano nós fechemos o PIB em mais de 3% de crescimento e esperamos um crescimento na faixa de 2,5% no ano que vem. Mas o Banco Central precisa fazer o trabalho dele”, Afirmou o ministro, que está na Alemanha acompanhando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A taxa de juros elevada é um mecanismo do Banco Central para conter a inflação. No entanto, o efeito colateral é tornar o crédito mais caro, tanto para famílias quanto para empresas, o que tem efeito de desaceleração na atividade econômica.
Haddad lembrou que em julho, primeiro mês do terceiro trimestre, o Brasil atingiu o maior patamar da taxa de juros real, descontada a inflação. O ciclo de cortes do Banco Central começou em agosto. Desde então, já foram feitas três reduções seguidas, de meio ponto, trazendo a Selic a 12,25% ao ano. O mercado espera mais um corte da mesma magnitude na última reunião do ano, que acontece na semana que vem.
O ministro reafirmou a estimativa, divulgada em novembro pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, de que a economia crescerá na casa dos 3% este ano. E também projetou uma expansão de 2,5% para a economia em 2024 – maior do que a projeção oficial da pasta, de 2,2%.
Em nota, a SPE afirmou, entretanto, que a divulgação do PIB do 3º trimestre e a revisão dos trimestres anteriores não alteram a perspectiva da secretaria, que espera uma retomada do crescimento no último trimestre. “Nesse trimestre, na comparação interanual, o setor agropecuário deve seguir com desaceleração, enquanto os setores industrial e de serviços devem apresentar maiores taxas de crescimento, beneficiados pelas melhores condições financeiras e de crédito, pela resiliência do mercado de trabalho, com destaque para o avanço do rendimento real, e pelas políticas de incentivo ao investimento produtivo”.