A venda da parte da Odebrecht (Novonor) na Braskem está em compasso de espera. O motivo segundo Lauro Jardim, colunista do O Globo, não é o caos no bairro de Mutange, em Maceió, que já afundou 1,69cm desde a semana passada.
Há uma série de razões para o negócio estar travado.
Antes de mais nada, o presidente da Adnoc, Sultan Al Jaber, vem a ser também o presidente da COP 28 (uma condição que causa óbvio constrangimento, mas isso é outra história).
Assim, Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, mesmo estando em Dubai não conseguiu ainda reunir-se com Al Jaber para conversar sobre a proposta não vinculante de R$ 10,5 bilhões que a Adnoc fez no mês passado pelo ativo. As negociações tem acontecido entre os dois há meses.
Nem a Odebrecht, nem os bancos credores e a própria Petrobras gostaram da oferta que, em resumo pode ser descrita assim: a Petrobras permaneceria como acionista, metade dos recursos seriam pagos à vista (e o restante em sete anos) e a Odebrecht permaneceria com uma fatia de 3% da empresa (hoje detém 38%).
A Petrobras avalia que esta oferta foi feita “antes da hora”, segundo um diretor da estatal a par das negociações.
— Mas existem formas dela ser adaptada.
E a própria estatal tem trabalhado nesta modelagem. A Petrobras, aliás, está terminando somente agora o processo de due diligence feito em todas as unidades da Braskem mundo afora. A Adnoc vai ainda iniciar este processo.
Um outro integrante da direção da Petrobras afirma que as notícias, péssimas todas elas, que chegam de Maceió não são suficientes para gorar a transação com a Adnoc:
— Eles não estão assustados com essa situação. Estão acostumados a passivos ambientais em vários países em que atuam.
Paralelamente, a Petrobras trabalha ainda com alternativas à Adnoc, ainda que a estatal dos Emirados árabes seja a principal interessada. A saudita Aramco é uma dessas opções de negociação. Não é a única.