O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou neste sábado, 2 de dezembro, que é contra o acordo entre o Mercosul e a União Europeia e afirmou que o tratado é incoerente com a política ambiental brasileira. Macron criticou o acordo, que classificou como “antiquado”, e que ele não é “bom para ninguém”.
Lula tem tentado destravar o acordo entre os blocos, sem sucesso. O presidente pretende viabilizar um consenso sobre o tema antes da reunião do Mercosul, no Rio de Janeiro, na semana que vem.
Macron elogiou Lula, a quem classificou como “visionário e corajoso”, e disse que há muito alinhamento entre as visões do Brasil e da França, sobretudo em relação ao combate ao desmatamento, políticas para Amazônia, na área de Defesa, Economia e Cultura.
“E é justamente por isso, por isso mesmo, que sou contra o acordo Mercosul-UE, porque acho que é um acordo completamente contraditório com o que ele está fazendo no Brasil e com o que nós estamos fazendo, porque é um acordo que foi negociado há 20 anos, e que tentamos remendar, e está mal remendado”, disse.
Em seguida, Macron citou outros acordos celebrados, como com o Canadá, a Nova Zelândia e o Chile.
“Não leva em conta a biodiversidade e o clima dentro dele. É um acordo comercial antiquado que desmantela tarifas. Nos últimos anos, esses acordos foram bastante aprimorados”, criticou.
Macron visitará o Brasil no dia 27 de março de 2024. A confirmação foi feita por ele neste sábado, 2, durante encontro bilateral com o presidente Lula.
O Brasil tenta retomar a boa relação com a França após as rusgas entre os dois países durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.