A presidente nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann, defendeu que há um “componente político” na indicação de nomes para compor o Supremo Tribunal Federal. Ao saudar a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em escolher o ministro da Justiça Flávio Dino para a cadeira, afirmou que ele “representa esse campo político e a visão de projeto de Brasil”.
— É óbvio que tem um componente político na indicação de ministro do Supremo. Se não tivesse, ela não seria feita pelo presidente e as pessoas subiriam ao supremo por mérito, como uma consequência da sua carreira — afirma, em entrevista à TV 247. — As pessoas indicadas pelo presidente tem que guardar uma relação com um projeto defendido. Isso, para mim, é claro.
Apesar disso, ela afirma que não houve participação do PT e da executiva na escolha do nome de Flávio Dino. Gleisi ainda saudou a escolha por afirmar que “ele é um grande companheiro” e que o STF “ganha muito com essa indicação.
Próximo à Lula, Flávio Dino foi indicado para ocupar a cadeira da ministra Rosa Weber, que se aposentou da Corte no final de setembro. O nome foi enviado para a apreciação dos senadores, junto com a indicação do subprocurador da República, Paulo Gonet, para a Procuradoria-Geral da República (PGR). Há uma disputa interna pela sucessão no Ministério da Justiça, com a saída de Dino. Entre os cotados, estão a própria Gleisi, além da ministra do Planejamento, Simone Tebet, e do ministro aposentado do STF, Ricardo Lewandowski.
Durante a entrevista à TV 247, Gleisi também foi taxativa sobre a defesa de o PT e seus dirigentes “ficarem em constante modo campanha”:
— Não é porque ganhamos o poder que precisamos ficar acomodados. Temos que estar organizados em todos os municípios, tem que reavivar os comitês de luta. Eu sou daquelas que defende que a gente fique em constante modo campanha porque estamos fazendo a disputa com a extrema-direita.