O PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin, vai reivindicar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a permanência da legenda no comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública, após a indicação de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF).
O nome sugerido pela sigla para ficar à frente da pasta é o do atual secretário-executivo, Ricardo Cappelli, braço-direito de Dino.
— Vamos enviar uma carta ao presidente Lula com a reivindicação e a indicação do Cappelli, que está fazendo um grande trabalho — afirmou o líder do PSB na Câmara, Felipe Carreras (PE).
Além do ministro da Justiça para o STF, Lula indicou na segunda-feira Paulo Gonet para a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Existe a possibilidade de o presidente aproveitar a saída de Dino e dividir o ministério com a criação da pasta da Segurança Pública. Nesse caso, o PSB gostaria de ser contemplado com um dos dois postos.
Resistência do PT
Filiado ao PSB, Cappelli enfrenta forte resistência de setores do PT. Uma ala do partido do presidente vinha defendendo a divisão do ministério, mas o movimento arrefeceu depois da indicação de Dino para o Supremo. A avaliação é que o secretário-executivo teria mais chance de ser nomeado por Lula para a eventual nova pasta da Segurança Pública do que para um ministério no formato atual. Como não quer Cappelli no primeiro escalão do governo, o grupo de petistas decidiu parar a campanha pela separação do ministério.
Apesar de as indicações feitas na segunda-feira por Lula para o STF e a PGR terem desagrado uma ala expressiva do PT, o partido não deve entrar em uma disputa com o PSB pelo posto que será aberto no governo. Três deputados petistas de diferentes correntes disseram ao jornal O Globo, que não veem espaço para a legenda reivindicar o comando do Ministério da Justiça, com ou sem divisão, porque Lula não tem levado em conta as posições de seus colegas de partido. Um dos parlamentares destaca que, tampouco, a bancada se mobiliza para apresentar pleitos ao presidente.
Dino, que é filiado ao PSB, deve permanecer no ministério até a sua indicação ser aprovada no Senado. A sua sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa foi marcada para o dia 13 de dezembro. Em seguida, ele precisa ser aprovado pelos integrantes da CCJ e pelo plenário.