Depois de horas de obstrução e derrotas do governo, a votação do relatório da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara ficou para depois do feriado de Páscoa. Por acordo, anunciado pelos líderes do governo e da minoria, os partidos aceitaram começar a discussão da matéria a partir desta terça-feira (16), mas a votação do parecer ficará para a próxima semana.
A intenção dos líderes do governo Jair Bolsonaro (PSL) era construir um acordo com os partidos que compõem o chamado “Centrão” para votar o relatório já nesta terça, mas não tiveram sucesso.
No Palácio do Planalto para uma reunião com o ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil), a líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), afirmou que esperava conseguir uma construção com outros partidos do bloco da Maioria na Câmara.
“Eu espero que haja acordo ainda, porque sempre há uma possibilidade. E eu vejo alguns partidos do chamado Centrão dispostos a fazer o acordo”, disse ela, citando PP e PR.
Presidente da CCJ irritado
Porém, a bancada governista não conseguiu a adesão do Centrão. Até mesmo o presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), mostrou irritação com a falta de articulação politica do governo, embora pertença ao partido do presidente Jair Bolsonaro.
“O que eu estou irritado é que me cobram uma postura e não vêm defender na comissão. Eu estou tomando tiro toda hora e ninguém defende, ninguém contradita questão de ordem”, reclamou Francischini.