Como grande parte das empresas chinesas, a BYD é jovem. Foi fundada em 1995 pelo químico e pesquisador Wang Chuanfu, então com 29 anos, e seu primo para fabricar baterias recarregáveis para celulares. Deu tão certo que hoje é uma das maiores fabricantes de baterias do mundo e detém centenas de patentes ligadas a baterias químicas, telas de LCD e a motores elétricos síncronos.
Quem vem dando o que falar ultimamente são as baterias Blade, conforme reportagem de
Henrique Rodriguez, da Quatro Rodas. Elas são de acordo com a revista, de fosfato de ferro-lítio (LFP), tipo mais barato por dispensar o uso de níquel e cobalto (metais raros e, consequentemente, caros), mas revolucionam por serem mais seguras e por permitir maior densidade de energia a um custo mais baixo na comparação com suas semelhantes.
Não à toa, os Toyota bZ3 usam motor e bateria fornecidos pela BYD. E mais recentemente a Tesla começou a usar as baterias LFP da BYD nas versões mais baratas dos seus carros.
A grande sacada é que cada célula Blade é, literalmente, uma lâmina: tem 90,5 cm de comprimento, 11,8 cm de altura e 1,35 cm de largura, tendo também função estrutural no carro. Dessa forma, podem ser dispostas transversalmente para formar a bateria, dispensando o uso de módulos. Isso permite a instalação de até 50% mais células no mesmo espaço a um custo 35% menor.
Também são mais seguras: se perfuradas por um prego, não passam dos 60°C, enquanto as baterias automotivas de íons de lítio chegam aos 500°C e provocam incêndio se submetidas ao mesmo dano.
De acordo com a BYD, as baterias Blade suportam 3.000 ciclos de recarga, o que seria suficiente para um carro rodar mais de 1 milhão de quilômetros. Elas serão o padrão nos automóveis da BYD e já na virada do ano serão adotadas no furgão e-T3.