O governador Jerônimo Rodrigues (PT) afirmou, em conversa com a imprensa durante a entrega de novas ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para municípios baianos realizada nesta última segunda-feira (27), que o conselho político fará uma nova reunião para discutir a disputa pela Prefeitura de Salvador, com a expectativa de anunciar o nome do candidato até o fim deste ano.
“Haverá, sim, uma reunião sobre a decisão de Salvador. O conselho está com maturidade o suficiente. Quando a gente combina a indicação com os partidos políticos, nunca é um município isolado. A gente acaba colocando no tabuleiro outros municípios que os partidos têm interesse. [Esperamos] fechar ainda este ano os nomes de pré-candidaturas a prefeitos, prefeitas, vices e vereadores”, disse.
Vale destacar segundo Mateus Soares, do jornal Tribuna, que, com a demora para a definição da candidatura da base governista, a articulação política do deputado estadual Robinson Almeida, pré-candidato pelo PT, e a executiva do partido em Salvador, passaram a avaliar a possibilidade de o grupo sair com duas candidaturas à sucessão do prefeito Bruno Reis (União Brasil).
A estratégia, porém, colocaria fim à ideia da unidade, defendida pela cúpula petista, em especial o senador Jaques Wagner e o governador Jerônimo, que, de acordo com informações de bastidores, preferiam ver o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) encabeçando sozinho a disputa com o apoio de toda a base governista.
Falando em Wagner, na oportunidade, Jerônimo Rodrigues saiu em defesa do aliado, que foi alvo de críticas de correligionários na última semana após ter votado favorável à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita poderes do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele descartou a possibilidade de um “racha” na legenda.
“De forma nenhuma. Não há racha. O próprio Lula disse. O ministro Rui Costa disse. No Senado, qualquer senador tem a sua autonomia. Tem um alinhamento com o governo, tem um alinhamento com o partido, mas tem autonomia”, ressaltou o chefe do Executivo baiano.
Jerônimo, assim como o presidente estadual do PT, Éden Valadares, que disse confiar no senador e afirmou que ele teria “suas razões” para o posicionamento, também defendeu que Wagner “tem as suas motivações e seus estudos”.
“Todo mundo conhece a trajetória de Wagner, a responsabilidade dele tanto com o povo brasileiro, como com o governo Lula. Todo mundo viu aqui, sabe como foi a dedicação do Wagner pra eleger o Lula. Então, o Wagner não está jogando contra”, justificou o governador petista.
Diante da notícia de que Flávio Dino (PSB) pode ser indicado para o STF pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jerônimo elogiou o trabalho que o ministro da Justiça e Segurança Pública tem desempenhado.
Segundo Jerônimo, Dino “tem competência para assumir, caso seja o indicado”. “Ele vem fazendo um belo trabalho no Ministério da Justiça. Esteve na Bahia duas vezes, inclusive, naquele momento em que estávamos passando por uma dificuldade de segurança”, comentou.