Uma parceria na área de semicondutores entre Brasil e Vietnã foi discutida nesta segunda-feira (27) pela ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, com o ministro vietnamita da Ciência e Tecnologia, Huynh Thanh Dat, em Hanoi. A cooperação bilateral, que inclui a formação de recursos humanos, deve se estender para outras áreas da transformação digital, como Inteligência Artificial e tecnologias quânticas.
Em viagem oficial ao país asiático, a ministra defendeu que a ciência e tecnologia seja um dos pilares da relação com o Vietnã. “O Brasil tem implementado um conjunto de ações no sentido de dominar o conhecimento científico, tecnológico e produtivo que poucos países do mundo possuem em um setor estratégico como o dos semicondutores”, afirmou a ministra.
Ela destacou a retomada do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada – Ceitec, empresa pública de desenvolvimento e fabricação de chips, que vai operar nas rotas tecnológicas da transição energética e do setor automotivo. “A retomada da Ceitec foi incluída no projeto nacional de superação do atraso produtivo e tecnológico do nosso governo”, acrescentou.
Para o ministro Huynh Thanh Dat, a visita oficial da ministra Luciana Santos é uma “valiosa oportunidade” para o fortalecimento da cooperação científica e tecnológica. Ele lembrou que o Vietnã possui 5 mil engenheiros, mas quer intensificar a formação de recursos humanos, inclusive em parceria com empresas internacionais que atuam no país, para alcançar 50 mil profissionais. “Brasil e Vietnã possuem desafios comuns, e a ciência, tecnologia e inovação desempenham papel cada vez mais importante nas relações bilaterais. Com esforço e determinação, vamos concretizar a cooperação entre nossos países”, disse.
Segundo a ministra Luciana Santos, será realizada, em 2024, a 1ª Reunião do Comitê Conjunto Brasil-Vietnã de Ciência, Tecnologia e Inovação. Na ocasião, deve ser discutida a abertura de chamadas conjuntas bilaterais para o intercâmbio de pesquisadores.
O chefe da assessoria especial para assuntos internacionais do MCTI, Carlos Matsumoto, lembrou a relevância da ciência e tecnologia na política externa do governo do presidente Lula. “O Brasil assume a presidência do G20 no próximo dia 1º de dezembro e, pela primeira vez, o fórum terá um Grupo de Trabalho sobre ciência e tecnologia”, destacou.
Estratégico e transversal
O coordenador de Políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação Digital do MCTI, André Rafael Costa e Silva, lembrou que o Brasil possui o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (Padis), que reúne um conjunto de instrumentos de estímulo ao setor. “A indústria de semicondutores é estratégica e transversal. Nosso objetivo é inserir o Brasil nas cadeias globais, de modo que este é um momento muito oportuno para fortalecer a cooperação com o Vietnã”, defendeu.
Já o diretor de Programas de Inovação do MCTI, Osório Coelho, apresentou o ecossistema brasileiro de startups e os instrumentos de fomento à inovação, como a Lei do Bem e o Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação.