Embora tenha decidido não comparecer à posse de Javier Milei em Buenos Aires, o presidente Lula da Silva (PT) poderá encontrar o presidente eleito da Argentina em janeiro de 2024.
O encontro pode acontecer segundo o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, caso tanto Lula quanto Milei compareçam ao Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. O evento ocorrerá de 15 a 19 de janeiro.
Em 2023, Lula não foi a Davos. No mesmo período do evento, o petista optou por ir a Buenos Aires, onde se encontrou com o atual presidente argentino, o peronista Alberto Fernández.
Ainda na Argentina, o mandatário brasileiro participou da cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), grupo que não se reunia desde 2015.
Milei, por sua vez, não é um grande entusiasta da Celac. Há, inclusive, a perspectiva de que ele retire a Argentina da comunidade, de forma semelhante ao que fez Jair Bolsonaro quando governava o Brasil.
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Em relação ao Fórum Econômico Mundial, Milei não tem tantas restrições. Enquanto economista, ele chegou a participar de uma versão do evento que aconteceu no Panamá, em 2014.
O possível encontro entre Lula e Milei em Davos pode repetir o que aconteceu com Bolsonaro e Alberto Fernández em 2021 durante a cúpula do G-20 em Roma.
De campos políticos opostos, Bolsonaro não foi à posse de Fernandez, em dezembro de 2020, nem recebeu o argentino no Planalto. O primeiro encontro entre eles só ocorreu no G-20.
Relação institucional
Segundo auxiliares, Lula pretende manter uma relação “de Estado” com o governo Milei, mas avalia que não há clima hoje para comparecer à posse do argentino.
Durante a campanha, o presidente brasileiro foi xingado de “presidiário comunista” e “corrupto” pelo então candidato, que se autointitulou um anarcocapitalista.
Logo após o anúncio da vitória de Milei, Lula foi às redes sociais reconhecer o resultado da eleição argentina. O petista, porém, não citou o presidente eleito nominalmente, nem ligou.
Como noticiou a coluna, o possível telefonema do presidente brasileiro a Milei dependerá da postura adotada pelo argentino em relação a Lula e ao Brasil após a vitória.
Na segunda-feira (20/11), o ministro da Secretaria de Comunicação Social do Brasil, Paulo Pimenta, afirmou que a ligação só ocorrerá se Milei pedir desculpas a Lula.