O trade turístico de Salvador projeta uma média de ocupação hoteleira de até 90% entre os meses de dezembro e fevereiro, período de alta estação na capital baiana. A expectativa é que a rede chegue a picos de 100% de ocupação durante o Réveillon e o Carnaval na maioria dos hotéis, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis da Bahia (ABIH-BA). Já a Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação (FeBHA) projeta média de 85% para o período, também com picos de 100% durante os grandes eventos.
O presidente da entidade, Luciano Lopes, destaca que o crescimento na ocupação já vem sendo registrado ao longo deste ano. Ele reforça ainda que os hotéis de Salvador atingiram, no período de janeiro a outubro de 2023 uma taxa de ocupação de 60%. No ano anterior, neste mesmo período, esse número era em torno de 55%.
“Verifica-se um crescimento de cinco pontos percentuais em relação a 2022. Isso significa que há um incremento no fluxo de turistas na cidade. Em decorrência das festividades de fim de ano, da chegada da alta estação e do Carnaval, a expectativa do setor hoteleiro na Bahia é de se aproximar dos níveis de ocupação observados antes da pandemia. O verão é o período mais aguardado pelos hoteleiros, já que além das nossas praias temos diversos outros atrativos. De dezembro a fevereiro, espera-se uma média de 80% a 90% de ocupação, com picos de 100% na noite do Réveillon e no Carnaval na maioria dos hotéis”, afirmou.
Nos últimos anos, a Prefeitura de Salvador fez investimentos na manutenção da cidade e na criação de novos equipamentos e produtos que valorizam a história e a cultura da capital baiana, o que favorece o crescimento do número de visitantes. Isso movimenta a economia da cidade, uma vez que amplia a geração de emprego e renda em diversos setores.
De acordo com o diretor de Turismo da Secretaria Municipal de Cultura de Salvador (Secult), Gegê Magalhães, os números registrados no primeiro semestre de 2023 já superaram aqueles registrados em igual período do ano anterior, em 5%. Segundo o gestor, o segundo semestre, por sua vez, já começou com a quebra de recordes que resistiram por mais de uma década na ocupação hoteleira da cidade.
“Além disso, é preciso lembrar que, com o avanço da tecnologia dos aplicativos, começa a existir também uma demanda grande nos aluguéis via Airbnb ou booking.com, por exemplo, o mercado para esse tipo de aluguel está bastante aquecido, bem como a aquisição de apartamentos em Salvador, para utilizar nesse formato. Vemos isto ocorrer na Barra, Pituba, Patamares e Avenida Contorno, com imóveis sendo disponibilizados para aluguéis de temporada”, disse.
“Isso também amplia a concorrência com o setor hoteleiro que, se não tivesse esse outro mercado, teria uma ocupação ainda maior, com picos de quase 100% de ocupação. Ainda assim, a tendência é crescer em novembro, mês que está superaquecido por causa do Salvador Capital Afro, que tem proporcionado finais de semana com ocupações acima de 85%”, acrescenta.
Gegê Magalhães mostra otimismo para os próximos três meses, considerados os mais fortes para o setor hoteleiro. “Acredito que com todas as ações feitas pelo município, como o Festival Virada, Natal e demais festas, bateremos os recordes não só do ano anterior, mas dos últimos 10 anos de ocupação. Será um grande momento para a cidade, e estamos trabalhando muito para que Salvador, cada vez mais, venha buscar novas soluções para o setor de hotelaria, bem como trazer novos hotéis para cidade, fortalecendo ainda mais o turismo de lazer, sol e praia, bem como a demanda para o setor de negócios, que está cada vez mais forte”, explica o diretor de Turismo.
Incentivo
Luciano Lopes lembra também que os principais motivos deste otimismo é o forte trabalho de comunicação do destino Salvador, a exemplo da realização Road Show que a ABIH-BA realiza em parceria com a Prefeitura de Salvador. “Este projeto capacita agentes e operadores de viagens para estarem aptos a ‘vender’ Salvador para os clientes finais. Destaca-se também a diversidade e múltiplas opções que a cidade oferece aos turistas: gastronomia, turismo religioso, praias, Baía de Todos os Santos, shows, eventos etc”, afirma.
Presidente da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação (FeBHA), Silvio Pessoa pontua que o fechamento do mês de outubro nos hotéis que participam das pesquisas disponibilizadas pelo trade mostra que, em 2019, antes da pandemia, o setor fechou com ocupação média de 70%, tendo como diária média de R$ 220. Já em outubro de 2022, o número foi de 62% com diária média de R$ 308. Em outubro de 2023, com 76%, a diária média foi de R$ 360. Dos 13 hotéis que permanecem na pesquisa, 6 tiveram ocupação acima de 80%.
“O mês de outubro já apresentou registros muito bons, assim como vem acontecendo em novembro, que somou 80% já no primeiro final de semana. Para a próxima quinzena, a expectativa é muito boa, visto que a proximidade do feriado da Consciência Negra em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo já garantiu lotação máxima para o fim de semana que vem. Para a alta estação, o único entrave ainda está nos preços das passagens aéreas, que em dois meses já subiram 37%, mas ainda assim, eventos como o Réveillon e o Carnaval de Salvador, e claro, muito sol, devem garantir bons números, com uma média de 85% de lotação, e picos de 100% de ocupação nas grandes datas”, completa Pessoa.
Socorro Alcoforado, gerente comercial do Catussaba Hotéis & Resorts, afirma que os resultados de 2023 são satisfatórios, principalmente no segundo semestre. “Já acreditávamos no crescimento de buscas e consequente conversão de reservas para o presente ano, mas nossas expectativas foram ainda superadas. Por exemplo, para o Réveillon, nossos números são superiores se compararmos com o mesmo período de 2022. E continuamos muito otimistas para 2024, pois temos tudo para continuarmos ampliando estes números, com as festas do verão de Salvador e o singular Carnaval da cidade”, declarou.