Os Estados Unidos e a China, respectivamente o maior emissor histórico de gases-estufa e o maior emissor do presente, concordaram em triplicar a capacidade global de energia renovável até 2030. Também se comprometeram em ampliar esforços para combater e reverter a perda de florestas em 2030, através de políticas e regulamentos e com a aplicação efetiva de suas leis de proibição de importação de produtos ilegais.
Na área de energia, a intenção é atingir níveis suficientemente altos de energia solar, eólica e de outras fontes renováveis a ponto de acelerar a substituição de energia gerada a partir do carvão, petróleo e gás.
A queima de combustíveis fósseis responde por cerca de 75% da emissão global de gases-estufa. O movimento de EUA e China apoiam o compromisso do G 20 (grupo das principais economias mundiais) de triplicar a capacidade de energia renovável global até 2030.
A declaração, que acontece a duas semanas da COP 28, em Dubai, onde governos de 200 países irão se reunir para novos compromissos climáticos, não inclui promessas de eliminação gradual do uso do carvão ou de parar de construir novas usinas movidas a partir do combustível fóssil mais poluente — a China ainda é grande usuária de carvão.
Como parte do acordo, a China concordou em estabelecer metas de redução para todas as emissões de gases de efeito estufa. Isso é significativo porque a atual meta climática chinesa engloba apenas o dióxido de carbono, deixando de fora o metano, o óxido nitroso e outros gases que estão aquecendo o planeta.
Hoje está previsto o encontro entre os presidentes Joe Biden e Xi Jinping, o primeiro presencial em um ano.
Segundo o “The New York Times”, o acordo climático pode ser um ponto positivo nas conversas que devem se concentrar em pontos de tensão como a guerra na Ucrânia, a guerra entre Israel e o Hamas, e tópicos como Taiwan.
Os dois países criarão um grupo de trabalho para ampliar a ação climática na década de 2020. A intenção é aumentar a cooperação conjunta com ações concretas na transição energética, metano, economia circular e eficiência de recursos, estados, províncias e cidades de baixo carbono e desmatamento.
O grupo de trabalho irá colaborar com informações sobre políticas e tecnologias para controle e redução de emissões. Irão buscar maior eficiência em economia de energia e redução de carbono na indústria, construção civil, transporte e equipamentos.
Outra medida será avançar em pelo menos cinco projetos de captura e sequestro de carbono em larga escala até 2030 — a tecnologia não tem ainda viabilidade comercial.
Os dois países se comprometem em implementar seus respectivos planos de ações nacionais contra o metano e para incluir metas em seus compromissos climáticos de 2035 (as NDCs). Também querem cooperar para reduzir emissões de outro gás-estufa, o óxido nitroso e reduzir o uso de HFCs, que comprometem a camada de ozônio e também são um gás-estufa.
“Os Estados Unidos e a China estão determinados a acabar com a poluição plástica e trabalharão juntos e com outros para desenvolver um instrumento internacional juridicamente vinculante sobre plástico, inclusive no ambiente marinho”, diz a declaração.
No tópico de desmatamento, o texto diz que EUA e China se comprometem com “esforços para deter e reverter a perda de florestas até 2030” inclusive por meio de políticas e regulamentos e “aplicação efetiva de suas respectivas leis de proibição de importações ilegais”.