Os dados compilados pelo governo Lula sobre quem são os padrinhos das emendas de relator (“orçamento secreto”) cujos restos estão sendo pagos agora mostram de acordo com o colunista Guilherme Amado, que deputados e senadores mais ideológicos, com um voto atrelado às suas posições políticas, não fizeram uso da verba.
Não há, na planilha da Secretaria de Relações Institucionais, a indicação de que o deputado Eduardo Bolsonaro ou o senador Flávio Bolsonaro tenham pedido por essas emendas, ou deputados do PL mais à direita, como Carla Zambelli. Também não há nenhuma liberação para o PSol ou partido Novo.
Na esquerda, era comum usar o mecanismo do “usuário externo” para ocultar as indicações. Não foi dada publicidade a quem fez essas indicações, que correspondem a R$ 3,9 bilhões, até hoje.
Esse não foi o caso do PSol, do Novo ou dos deputados citados acima, que realmente não usaram as verbas, segundo fontes ouvidas pela coluna.
Isso não significa que esses parlamentares não pediam favores aos relatores do Orçamento, e sim que dedicavam seus esforços a outros temas. Seus votos não dependem tanto de emendas.