Em 2022, 161,6 milhões de brasileiros com 10 anos ou mais utilizaram a Internet, conforme dados do módulo Tecnologia da Informação e Comunicação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua TIC) divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa revela, ainda, um crescimento contínuo com a internet presente em 91,5% dos domicílios, além de mudanças nos meios de acesso, destacando o telefone móvel celular (98,9%) como o mais comum.
“Temos avançado bastante na cobertura em todo o país, chegando a mais de 90% dos domicílios brasileiros com internet banda larga. O grande desafio atualmente, como indica a pesquisa, é o letramento digital”, afirma o ministro das Comunicações, Juscelino Filho. Apesar do aumento, na 6,4 milhões de domicílios ainda não utilizam a internet. Entre as razões apontadas, estão a falta de conhecimento (32,1%), custo do serviço (28,8%), e falta de necessidade (25,6%).
O acesso à internet na área rural atingiu 72,7% em 2022, marcando um aumento constante desde 2016. A redução da disparidade reflete o avanço tecnológico nas regiões mais remotas. A região Centro-Oeste lidera com 96,6% de usuários, influenciado pelo Distrito Federal. Norte (82,4%) e Nordeste (83,2%) apresentaram os menores resultados, apesar das maiores expansões em 2022.
O diretor do Departamento de Investimento e Inovação do Ministério das Comunicações (MCom), Pedro Lucas Araújo, reforça que o maior desafio de inclusão digital hoje encontra-se na habilidade do usuário em utilizar a internet, e não na cobertura da rede. “Para o próximo Plano Plurianual, o indicador que utilizaremos para tratar desse tema é o número de pessoas que acessam a internet e não nos domicílios, pois os indicadores são claros quanto à ampliação de cobertura” comentou do diretor.
Educação e Conectividade
Em 2022, 92,2% dos estudantes afirmaram utilizar a Internet, mas há discrepâncias entre redes pública e privada. Enquanto 98,4% dos estudantes da rede privada utilizaram a Internet em 2022, esse percentual entre os estudantes da rede pública de ensino foi de 89,4%. Também há diferenças significativas no uso dos equipamentos. Enquanto 75% dos estudantes da rede privada acessavam a Internet pelo microcomputador, esse percentual foi de apenas 31,2% entre os estudantes da rede pública.
Dados sobre radiodifusão
Além disso, a pesquisa destaca o aumento no número de domicílios com TV, chegando a 71,5 milhões em 2022. No entanto, a proporção de domicílios com TV recuou para 94,4%, indicando mudanças nos padrões de consumo. A presença da antena parabólica analógica em 16,8 milhões de domicílios destaca a necessidade de migração para a tecnologia digital.
Entre os lares que possuem televisão, 43,4% (31,1 milhões) optam por serviços pagos de streaming de vídeo. Dentre esses, 95,3% também sintonizam canais televisivos, abrangendo 93,1% na TV aberta e 41,5% através de TV por assinatura.
Apenas 4,7% dos lares com acesso pago a streaming de vídeo não contam com TV aberta ou por assinatura. Isso evidencia que o streaming ainda não substitui integralmente as formas mais tradicionais de televisão.
Enquanto isso, o rádio mantém sua relevância, sendo ouvido em 56,5% dos domicílios em 2022, com variações regionais. Esses dados oferecem uma visão abrangente da evolução da tecnologia e comunicação no país, refletindo mudanças nos hábitos e acessibilidade.
Esta é a primeira vez que dados sobre streaming, 5G e internet das coisas (IoT) foram coletados na pesquisa. A inclusão era ujma demanda do MCom para nortear a elaboração de políticas públicas no setor.
Acesso Gratuito à internet
Pela primeira vez, a pesquisa investigou acesso gratuito à Internet em locais públicos. Dentre os locais investigados, 8,9% das pessoas que utilizaram a Internet afirmou ter acessado o serviço gratuitamente em escolas, universidades ou bibliotecas públicas; 5,2%, em estabelecimentos públicos de saúde, como postos de saúde e hospitais públicos; e 5,5%, em praças ou parques públicos.
Sobre a pesquisa
O módulo de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua analisa, desde 2016, o acesso à Internet e à televisão e a posse de telefone móvel celular para uso pessoal, com detalhamento geográfico para Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação.