Um clima descontraído, um cardápio leve e os temas que são música para os ouvidos dos empresários: as reformas estruturantes. Assim pode ser resumido o jantar promovido pela Esfera Brasil em São Paulo, na noite da última segunda-feira (6) com a presença do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que fez uma enfática defesa das reformas, entre elas a administrativa e o avanço da tributária. “A reforma administrativa sinaliza para a contenção do crescimento de gastos no país. Ela não vai atacar nada de direito adquirido”, afirmou.
Adotando um tom conciliador ao dirigir-se aos empresários, o presidente da Câmara destacou o bom relacionamento com o governo federal em nome dos interesses da sociedade brasileira. “A Câmara não faltará ao esforço de buscar o equilíbrio fiscal”, afirmou. Lira assinalou que “todas as matérias importantes para o país, para o atual governo, foram votadas na Câmara e no Senado neste ano sem nenhum tipo de barganha”, disse. E complementou: “O equilíbrio que a gente precisa com muita tranquilidade estabelecer é justamente esse: avançar no que a gente converge”.
Lira ainda falou da importância de conciliar os interesses das diferentes regiões do Brasil e ressaltou a relevância dos partidos de centro, aos quais atribuiu o equilíbrio no Congresso Nacional. “O chão da fábrica que vivi durante seis anos como líder de partido não retroagirá”, disse, arrancando aplausos dos mais de 50 empresários que participaram do evento, sentados em poltronas, sem mesas para permitir um ar mais informal ao evento em que foram servidos aperitivos, e um picadinho de filé com farofa, arroz e ovo que, segundo o deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), “estavam deliciosos”.
Jardim foi outro palestrante da noite e apresentou aos convidados o PL 5174/2023 de sua autoria, “Transição Energética, desafios e oportunidades” e que tem o apoio de Lira e cria o Programa de Aceleração da Transição Energética (PATEN). O projeto, já apresentado ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, propõe o uso da dívida tributária e dos créditos tributários dos contribuintes para a expansão da infraestrutura e da pesquisa voltadas ao desenvolvimento. “Créditos e débitos somam aproximadamente R$ 3,5 trilhões ou o equivalente a 35% do PIB brasileiro de 2022″, explicou o deputado.
Durante a noite, também houve lembranças, ainda que discretas, das últimas declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre equilíbrio fiscal. O empresário do Grupo Guararapes e Riachuelo, Flávio Rocha, cobrou um Estado que caiba no PIB brasileiro. Para isso, lembrou da importância da concretização da reforma administrativa. “O carrapato ficou maior do que o boi”, comparou Rocha, segundo relato de Jardim, lembrando que os presentes caíram na gargalhada.