O alimento é composto por um bolinho feito a partir do feijão fradinho, frito em azeite de dendê e servido juntamente com vatapá, caruru, camarão, salada de tomate, além da pimenta
O deputado estadual Antônio Henrique Júnior (PP) quer instituir o acarajé como patrimônio cultural do Estado da Bahia. Conforme justificou o parlamentar, o acarajé é um prato típico da culinária baiana, embora tenha origem africana. A iguaria é produzida e consumida em um complexo processo cultural que media os domínios sociais, simbólicos e cosmológicos do povo baiano, não sendo apenas um suporte identitário, mas também constituidor da vida social.
“Ele está presente em diversos contextos de sociabilidade como comida típica, quitute baiano, bolinho de santo, comida de origem africana e meio de sobrevivência. Seu consumo está diretamente relacionado ao dia a dia do baiano, que o consome após o trabalho, durante o percurso de volta para casa, ao final da tarde, nas praias, festas e largos. Configura-se também como ponto de encontro de redes, relações e grupos”, afirmou Antônio Henrique Júnior.
O alimento é composto por um bolinho feito a partir do feijão fradinho, frito em azeite de dendê e servido juntamente com vatapá, caruru, camarão, salada de tomate, além da pimenta. É preparado e comercializado nos tabuleiros das chamadas baianas de acarajé, importantes personagens ligadas à produção e manutenção de intensas e significativas sociabilidades e sistemas culinários na Bahia.
De acordo com o deputado, “o ofício das Baianas de Acarajé, neste contexto, é um patrimônio cultural que muito contribui para a caracterização da identidade do brasileiro e para suas práticas”. Como ele explica, a venda do acarajé é uma tradição antiga que passa de geração em geração e que garante o sustento de muitas famílias. “A patrimonialização do saber desse ofício é um processo que deve ser construído socialmente por diversos atores, inclusive essa Casa Legislativa, reconhecendo a devida importância deste alimento para cultura do nosso estado e a necessidade de preservá-lo”, concluiu Antônio Henrique Júnior.