Foi aberta agora a pouco a fronteira entre o Egito e Rafah, cidade ao sul da Faixa de Gaza. A passagem foi autorizada após acordo entre Israel, Egito e Hamas. Brasileiros que estão em Gaza não deixarão o local, segundo embaixador do Brasil na Palestina. É a primeira vez que a passagem é liberada desde o início da guerra no começo do mês.
“Equipes médicas estarão presentes na passagem [de Rafah] para examinar os casos procedentes [de Gaza] desde sua chegada […] e determinar os hospitais para onde serão enviados”, disse ontem à AFP um encarregado médico da cidade egípcia de Al Arish. Uma fonte de segurança da região fronteiriça de Rafah confirmou a informação.
EUA dizem não ter informação sobre autorização do Egito. O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matt Miller, afirmou que não tinha anúncios a fazer sobre a abertura da passagem de Rafah para civis, mas disse que “bons progressos” foram feitos nas últimas horas.
Entretanto, de acordo com a Reuters, o Qatar mediou um acordo entre Egito, Israel e Hamas, em coordenação com os EUA. Até o momento não há anúncio formal sobre o assunto.
O acordo não está ligado a outras questões em negociação, como os reféns detidos pelo Hamas, ou as pausas destinadas a aliviar uma crise humanitária no enclave que sofre com a escassez de alimentos, água, combustível e cuidados médicos, de acordo com a Reuters.
O Egito preparou um hospital de campanha em Sheikh Zuwayed, no Sinai, segundo fontes médicas. Ao menos dez ambulâncias foram enviadas para Rafah na terça-feira em antecipação, ainda segundo a Reuters.
O porta-voz do Unicef, James Elder, afirmou que a guerra na Faixa de Gaza transformou o território em cemitério para milhares de crianças. Desde 7 de outubro, mais de 8.500 pessoas foram mortas na guerra — dentre essas, 3.542 crianças.
Unicef apela por cessar-fogo. “O Unicef tem sido franco sobre a necessidade de um cessar-fogo humanitário imediato, pela chegada de suprimentos e pela libertação de crianças sequestradas. Como tantos outros, suplicamos para que os assassinatos de crianças parem”, disse ele durante coletiva em Genebra, na Suíça.
O embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, disse que nenhum brasileiro foi colocado nesta primeira lista, que conta com mais de 480 nomes. A informação foi divulgada pelo portal g1.
Nesta primeira leva, divulgada pela autoridade local, estão autorizados a deixar a Faixa de Gaza nacionais da Austrália, Áustria, Bulgária, Finlândia, Indonésia, Jordânia, Japão e República Tcheca. Além disso, a lista também traz nomes de integrantes da Cruz Vermelha e de ONGs, segundo Candeas.
O avião da FAB (Força Aérea Brasileira) que decolou do Brasil com doações do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) à Faixa de Gaza chegou hoje na cidade do Cairo, no Egito. O MST enviou duas toneladas de alimentos a palestinos.
A aeronave brasileira aguarda a liberação da fronteira para que os brasileiros em Gaza possam atravessar, embarcar na aeronave e voltar ao Brasil.