Se você pode gastar pelo menos R$ 120.000 em um carro novo, está na hora de cogitar um elétrico. Com a chegada de cada vez mais modelos, o segmento não está mais restrito à carros de luxo e que custam uma fortuna. Agora, é possível encontrar compactos urbanos, hatchs de entrada e SUVs por preços tão acessíveis quanto de modelos a combustão equivalentes, conforme matéria de João Vitor Ferreira, da revista Quatro Rodas.
E tudo isso só tende a melhorar quando as montadoras começarem a produzir seus carros aqui no Brasil. O que não deve demorar muito, afinal, BYD e GWM já estão dando os primeiros passos para iniciar sua produção. Enquanto montadoras mais consagradas como a Renault e o grupo Stellantis já anunciaram que pretendem fabricar eletrificados por aqui em breve.
Para te ajudar a conhecer as melhores opções do mercado atualmente, separamos aqui os 10 carros elétricos mais baratos do Brasil. A lista contempla modelos com preços competitivos, que valem a pena ser considerados se você está pensando em mudar de carro e se converter à essa nova tecnologia que promete dominar o mundo automotivo daqui a alguns anos.
1- Caoa Chery Icar (R$ 119.990) – O carro elétrico mais barato do… Brasil
O posto de mais barato do Brasil é do Caoa Chery ICar. Mesmo com a chegada de diversos modelos chineses, a Caoa Chery não quis ficar na desvantagem e correu para baixar o preço do seu compacto.
Esse é o tipo de carro que faz pensar se quer mudar para mobilidade elétrica ou continuar com um modelo a combustão. Afinal, na sua faixa de preço você pode encontrar diversos modelos, incluindo o ‘irmão’ Tiggo 5 Sport, que está saindo por exatamente o mesmo valor.
A seu favor, o ICar tem bateria de 30,8 kWh que permite uma autonomia de 282 km de acordo com o Inmetro, que pode recuperar sua carga em 36 minutos usando carregadores de 50 kW. Já seu motor traseiro oferece 61 cv e 15,3 kgfm.
Nos equipamentos, o ICar traz o essencial e um pouco mais. Ele tem câmera traseira, carregador por indução, banco do motorista com ajuste elétrico e teto solar panorâmico. Porém, a falta de espaço para os passageiros e no porta-malas, além da central multimídia de 10,5’’ sem conexão com Android Auto e Apple CarPlay podem atrapalhar a vida a bordo.
2- JAC E-JS1 (R$ 126.900)
Ele era o mais barato do Brasil antes da chegada do ICar, mas graças à redução feita em agosto, o JAC E-JS1 conseguiu assumir sozinho o segundo lugar no mercado nacional de elétricos quando passou a custar R$ 135.990. Agora está ainda mais barato e é vendido por R$ 126.900.
Mesmo de porte pequeno, o E-JS1 é mais espaçoso que o rival e tem um porta-malas que consegue levar mais do que duas mochilas. A motorização de ambos é equivalente, com o compacto da JAC entregando 62 cv e 15,3 kgfm, mesmo torque do ICar. A bateria tem 30,2 kWh, mas segundo o Inmetro ela garante apenas 161 km de autonomia e, no período que passamos com ele, o carro apresentou diversos problemas de carregamento.
Apesar disso, sua condução é bem ágil e ele tem três modos de frenagem regenerativa que funcionam muito bem. O contraponto é que a falta de adaptação ao mercado nacional fez com que a suspensão não se adaptasse bem às nossas ruas e estradas.
3- Renault Kwid E-Tech (R$ 139.990)
No comparativo entre os três elétricos mais baratos do Brasil, o Kwid venceu os rivais, o que justifica seu preço um pouco maior. E mesmo que o seu acabamento seja bem mais simples que o dos rivais, o Kwid entrega algo que eles não tem: espaço.
O compacto é exatamente igual à sua versão térmica e consegue levar quatro passageiros com muito mais conforto que a dupla chinesa. O mesmo vale para o porta-malas. Outro ponto positivo é que a Renault aproveitou a vasta experiência no Brasil para acertar a suspensão e regular a sensibilidade dos pedais ao gosto do brasileiro.
Em questão de autonomia o Kwid também é superior e sua bateria de 26,8 kWh garante rodagem de até 298 km (Inmetro). O motor é mais potente, tendo 65 cv, mas entrega apenas 11,5 kgfm de torque.
4 – BYD Dolphin (R$ 149.800)
O lançamento da BYD já chegou causando alvoroço. Custando R$ 149.800, ele obrigou os rivais a baixarem seus preços e em um mês de mercado quebrou recordes, se tornando o elétrico mais vendido de setembro com muita folga.
Mas isso não é por acaso. Cobrando apenas R$ 10.000 a mais que o Kwid, o Dolphin oferece mais espaço, graças ao seu generoso entre-eixos de 2,7 metros — o mesmo tamanho do Corolla. O BYD também tem pacote de equipamentos muito superior, trazendo multimídia com Android Auto e Apple CarPlay nativos, freio de estacionamento automático, auto hold, câmeras de visão 360° e muito mais.
Se não bastasse isso, ele também é superior mecanicamente. Seu motor elétrico gera até 95 cv e 18,4 kgfm. A bateria é de 44,9 kWh e, de acordo com nossos testes, garante em média 356 km de autonomia.
5 – GWM Ora 03 Skin (R$ 150.000)
Se os compactos mais baratos não são páreos para o Dolphin, há alguém que seja. A GWM acabou de trazer ao Brasil o Ora 03, que será o principal rival do BYD em nosso mercado.
Ambos têm qualidade no quesito acabamento e nível de equipamentos, mas seus focos são diferentes. O Ora, por exemplo, é mais compacto, oferecendo menos espaço interno. Por outro lado, traz uma mecânica muito mais empolgante. O motor tem bons 171 cv e 25,5 kgfm, que garante um 0 a 100 km/h de 8,2 s, trazendo a esportividade que falta ao Dolphin.
Em questão de alcance, o Ora perde. Segundo o padrão WLTP, a bateria de 48 kWh garante até 308 km de autonomia. Número esse que tende a cair cerca de 30% no padrão do Inmetro.
6 – BYD Dolphin Plus (R$ 179.800)
Se era potência que faltava ao Dolphin, agora não falta mais. A versão Plus foi recentemente introduzida e traz motor de 204 cv e 31,6 kgfm. Com isso, o 0 a 100 km/h do “golfinho” cai de 12,3 s para 7 s.
Além disso, ele tem o próprio visual, com uma dianteira reformulada e mais esportiva. Já por dentro, o Dolphin Plus é mais generoso na lista de equipamentos, adicionando bancos dianteiros com ajustes elétricos, teto solar panorâmico e um pacote completo de assistência ao motorista, com frenagem autônoma de emergência, alerta de ponto cego, assistente de permanência em faixa, entre outros.
7 – GWM Ora 03 GT (R$ 184.000)
Se o rival tem uma versão topo de linha, então o Ora também tem. Mas, apesar do sobrenome GT, essa variante do não entrega mais esportividade, já que o conjunto mecânico é o mesmo da versão Skin.
A seu favor, a versão GT traz elementos que ajudam a aumentar sua vocação esportiva. O controle de largada é um deles. Graças a uma bateria maior, de 63 kWh, ele consegue ir mais longe com apenas uma carga, tendo um alcance de 319 km segundo o Inmetro.
Outro detalhe é que os seus diferentes modos de condução e direção proporcionam ao motorista uma ótima resposta, digna de esportivos alemães. Há preocupação também com visual e a versão GT traz elementos únicos, tanto por fora quanto por dentro, que reforçam o caráter esportivo do elétrico.
Tudo isso sem ficar devendo na lista de equipamentos, que tem pacote ADAS nível 2, câmeras de 360 graus, porta-malas automático, entre outros. O problema mesmo está no espaço, oferecendo pouco conforto para pessoas mais altas nos bancos traseiros e um volume de apenas 228 l no porta-malas.
8 – Hyundai Kona Electric (R$ 184.990)
O Hyundai Kona teve uma estreia muito discreta e só entrou no radar após uma sequência de reduções em seu preço. Agora, partindo dos R$ 184.990 ele ganha o título de SUV elétrico mais barato do Brasil e pode usar isso a seu favor.
Embora esteja ultrapassado, já que na Europa o Kona tem visual totalmente diferente, a versão vendida no Brasil tem seu charme. Os DLRs separados e bem afilados formam um conjunto óptico bonito junto aos faróis principais, localizados um pouco mais abaixo.
Ele tem motor elétrico de 136 cv e 40,3 kgfm, ficando bem parelho com seus rivais SUVs. Já a bateria é pequena com apenas 39,2 kWh e garante 252 km de autonomia. Porém esse número está de acordo com as antigas regras do Inmetro, podendo ser ainda menor.
Pelo menos ele não decepciona na lista de equipamentos, trazendo assistente de saída de faixa, piloto automático adaptativo com assistente de colisão frontal, sensor de ponto cego, acabamento em couro, multimídia de 10.25” com conexão Android Auto e Apple CarPlay e freio de estacionamento elétrico.
9 – Mini Cooper SE (R$ 199.000)
Outro que se beneficiou das recentes reduções foi o Mini Cooper SE. E muito disso pode ser pela chegada da dupla chinesa, Ora e Dolphin, já que a proposta dos três é a mesma.
O design não foge daquilo que já conhecemos do Mini Cooper a combustão, com exceção da grade que é fechada na versão elétrica. Já nos equipamentos, sua lista tem bons itens como teto solar panorâmico, ar-condicionado de duas zonas, controle de cruzeiro com função de frenagem, câmera e sensores de ré. E quem adquirir o carro, ainda leva para a casa uma Wallbox Mini Essentials de 22 kW de potência.
Assim como o Ora 03, o Mini é voltado para a esportividade, por isso seu motor elétrico tem bons 184 cv e 27,6 kgfm. Por outro lado, sua bateria de 32,6 kWh está homologada para um alcance de somente 161 km, de acordo com o novo padrão do Inmetro.
10 – Seres 3 (R$ 199.990)
Mais um que chegou ao Brasil de maneira discreta. O Seres 3 desembarcou por aqui com um preço elevado: R$ 240.000. Mas no último dia 13 a marca anunciou uma redução, baixando o valor para R$ 199.990.
Na prática, ele fica mais próximo de disputar clientes com o Kona, enquanto o outro rival do segmento, o Peugeot e-2008, que mesmo com o desconto oferecido para o e-commerce, ainda custa R$ 209.990 no configurador da montadora.
A seu favor o seres tem motor elétrico dianteiro de 163 cv e 30,6 kgfm que promete levá-lo aos 100 km/h em 7,9 segundos. Já a bateria é maior que a do Kona, com 53 kWh, mas a autonomia declarada pelo Inmetro é de apenas 209 km.
Entre os equipamentos há bancos dianteiros elétricos, teto solar panorâmico, seis airbags, central multimídia de 10’’, painel e portas com material emborrachado e saídas de ar-condicionado traseiras. Mas o SUV peca em não trazer Android Auto e regulagem de altura para o volante.