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Cadeira do presidente da Câmara dos Deputados - Foto: Reprodução/Ag. Câmara
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sexta-feira 20 de outubro de 2023 às 11:16h

União Brasil luta para presidir Câmara e Senado no final do governo Lula

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O líder do União Brasil na Câmara, o deputado federal baiano Elmar Nascimento, informou aos demais líderes segundo Tales Faria, colunista do Uol, que não abre mão de sua candidatura a presidente da Casa em favor de um acordo para revezamento com o Senado no comando do Congresso.

O PSD e o Republicanos já acenaram, separadamente, que cada um dos dois partidos se dispõe a apoiar o candidato do União Brasil a presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP), em troca do apoio a um nome dessas legendas para presidir a Câmara.

O Republicanos tem como pré-candidato o presidente nacional do partido, deputado Marcos Pereira (SP), e o PSD, o deputado também da Bahia, Antonio Brito (BA).

Elmar é o nome da preferência do atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Ele argumenta que as campanhas para os comandos da Câmara e do Senado não estão interligadas. O deputado diz que já detém apoio suficiente entre os líderes partidários para suceder a Arthur Lira (PP-AL).

O líder também argumenta que seu colega de partido Alcolumbre tem “todas as condições” de se eleger para o comando do Senado independentemente de um acordo envolvendo a Câmara.

De fato, Alcolumbre, que já presidiu o Senado, foi o principal cabo eleitoral para a vitória de seu sucessor, o atual presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Ele comandou a distribuição de verbas do orçamento secreto e, com isso, garantiu eleitores nos outros partidos. Também conta com o apoio explícito de Rodrigo Pacheco.

Elmar e Alcolumbre são considerados hoje os nomes mais fortes para presidir a Câmara e o Senado.

O problema é que, se ambos conseguirem se eleger, o União Brasil terá o comando total do Congresso nos dois últimos anos do governo do petista Luiz Inácio Lula da Silva.

As especulações em torno do assunto correm soltas no PT. Há grupos no partido que avaliam não poder se contrapor a um nome escolhido por Lira. Mas é forte a corrente que diz ser impossível aceitar o União Brasil no comando das duas Casas do Congresso nos últimos dois anos de mandato de Lula.

Os petistas pressionam o Palácio do Planalto a definir uma estratégia para evitar que isto ocorra. A hipótese com que o comando do PT mais trabalha é um acordo entre a Câmara e o Senado. É esse acordo que Elmar não aceita.

Os atuais presidentes da Câmara e do Senado foram eleitos para o biênio 2023-2024. Os candidatos à sucessão costumam lançar a campanha no último ano de mandato. Mas agora as candidaturas já estão a pleno vapor.

No Senado, Renan Calheiros (AL) já propôs ao presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, apoio ao candidato do partido para presidir a Câmara. Em troca, o PSD deveria apoiar um nome emedebista no Senado. Estão cotados o próprio Renan e o líder do partido, senador Eduardo Braga (AM).

Na Câmara, Elmar Nascimento é o nome da preferência de Lira. Mas o presidente da Casa pediu ao deputado que retarde a campanha ao máximo. O problema é que Antonio Brito e Marcos Pereira já estão em campanha faz muito tempo.

Durante um jantar em homenagem a Renan Calheiros na casa da ex-senadora Katia Abreu (PP-TO), agora em outubro, Marcos Pereira chegou a manifestar concordância com um nome do MDB no comando do Senado em troca do apoio dos emedebistas à sua candidatura na Câmara.

Mas a aliança entre os dois partidos não é suficiente para garantir a vitória — nem na Câmara nem no Senado.

Já Gilberto Kassab não conseguiu fechar com Renan. Ele tem dito que a prioridade do PSD é eleger Antonio Brito na Câmara, mas o partido tem dois impedimentos ao acordo com o MDB.

O primeiro impedimento é o apoio de Pacheco a Alcolumbre. Kassab chegou a perguntar se o MDB aceitaria filiar Alcolumbre para fecharem acordo. Renan respondeu que não há hipótese.

O segundo impedimento é a possível candidatura de Eliziane Gama (PSD-MA) a presidente do Senado.

A candidatura de Eliziane ficou fortalecida depois que ela atuou como relatora da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que investigou os atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro. Eliziane está fechando uma frente de apoio das senadoras de diversos partidos à sua candidatura.

Ou seja, para MDB, Republicanos e PSD o quadro está indefinido. Enquanto isso, o União Brasil corre na frente com seus candidatos. Já tem o apoio do PP de Lira, assombrando ainda mais os últimos anos do governo Lula.

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