A eleição realizada no último dia 30 de setembro em 6,1 mil conselhos tutelares pelo país teve uma votação expressiva, após intensa campanha de políticos de esquerda e direita. De acordo com dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, mais de 1,7 milhão de pessoas votaram na eleição para conselheiros nas capitais dos estados e do Distrito Federal. Ao incluir as votações nos maiores municípios do país, a adesão chega a pelo menos 2,3 milhões de votos.
De acordo com boletim final divulgado pela pasta, 1.744.042 eleitores votaram nas capitais e no DF, representando um aumento de 34,7%. Em 2019, 1.316.342 pessoas votaram pelo país. Os conselheiros são encarregados de zelar pelos direitos das crianças e dos adolescentes quando há omissão da família, da comunidade ou do Estado. As vagas têm mandato de quatro anos e são definidas por eleições diretas em cada cidade.
Nas semanas anteriores ao pleito, os dois grupos políticos se articularam nas redes sociais, nas ruas e nas igrejas para emplacar seus favoritos nos órgãos colegiados municipais. Os grupos enxergavam na disputa uma oportunidade de eleger conselheiros com quem têm afinidades de princípios e, com isso, manter uma relação estreita com representantes sociais que têm acesso direto à ponta da sociedade.
Parlamentares como Tabata Amaral (PSB-SP), Gustavo Gayer (PL-GO) e Nikolas Ferreira (PL-MG) fizeram vídeos sobre a importância da participação nos pleitos.
De acordo com levantamento do jornal O Globo realizado nos dias posteriores ao pleito, a direita conseguiu eleger mais representantes do que a esquerda. Entre os 95 titulares eleitos no Rio e os 260 em São Paulo, 14% deles defendem pautas conservadoras, associadas à base de Jair Bolsonaro (PL). Já os ligados a temas de esquerda representam 4,7% dos escolhidos. No Rio, somente o pastor Silas Malafaia, aliado do ex-presidente e líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, emplacou sete titulares e dois suplentes na corrida.