A cúpula do PSD e do MDB, duas das maiores bancadas do Senado, estão negociando segundo Guilherme Amado, colunista do Metrópoles, uma estratégia conjunta para a sucessão dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Ambos já foram reeleitos, o que só pode acontecer uma vez. No ano que vem, de eleição municipal, haverá um longo período de “recesso branco”, em que o Legislativo fica parado. Isso encurta, na prática, os seus mandatos.
A especulação está a todo vapor e o PSD, partido da base mais fiel ao governo Lula, quer emplacar Antônio Brito, líder da bancada do partido, como presidente da Câmara. Outro cotados são Elmar Nascimento, do União Brasil da Bahia, e Marcos Pereira, do Republicanos de São Paulo.
O PSD ainda não vê bons motivos para desistir de uma candidatura própria também no Senado, no entanto. Há alguns meses, houve uma sugestão do presidente da legenda, Gilberto Kassab, para que o MDB filiasse Davi Alcolumbre — o maior cotado a suceder Pacheco, hoje no União Brasil.
PSD, MDB e União têm, respectivamente, 15, 11 e 8 senadores. O União tem força por conta de Alcolumbre, mas não traz tantos votos quanto os demais partidos. Por isso houve a tentativa de Kassab de tirar o União da mesa de negociação (o que, até o momento, não deu certo).
No PSD, há Otto Alencar, o líder do partido, como o mais forte cotado. No MDB, o líder, Eduardo Braga, rivaliza com Renan Calheiros, líder da maioria. Para os dois partidos, o ideal seria unir esforços em um nome só, uma aliança que já aconteceu antes para eleger Pacheco, do PSD.
Para definir quem tem mais força, os potenciais candidatos dos três partidos disputam o apoio dos 11 senadores do PL com acenos à direita, aprovando o projeto de lei do marco temporal e o projeto que limita poderes individuais de ministros de Cortes superiores, por exemplo.
Se a definição do Senado influenciará nas candidaturas da Câmara, só o tempo irá dizer — a influência de dirigentes costuma ser limitada diante de fatores internos, como o potencial de articulação dos próprios candidatos.
Caso haja interferência entre as Casas, na Câmara, o PSD aposta que o favoritismo de Alcolumbre enfraquece a candidatura de Elmar Nascimento e favorece Brito, já que é improvável que o União Brasil consiga eleger presidentes na Câmara e no Senado.