O conflito envolvendo Israel e o Hamas, na Faixa de Gaza, completou uma semana no sábado (14). Ao longo deste período, a ONU News acompanhou relatos* de profissionais humanitários atuando em nome da organização em favor da população civil. Muitos se tornaram vítimas fatais dos combates.
Perante as urgentes necessidades de centenas de milhares de deslocados internos na Faixa de Gaza, agências das Nações Unidas oferecem abrigo, alimentos e cuidados de saúde para um número cada vez maior de pessoas.
Funcionários da ONU na linha de frente
Apesar dos bombardeios intensos em Gaza e dos graves riscos, esses profissionais apoiam pessoas que perderam suas casas e não tem para onde ir. Confira o testemunho de alguns desses trabalhadores humanitários:
Falando de Aman, na Jordânia, a diretora de Comunicação da Agência da ONU para Refugiados Palestinos, Unrwa, Juliette Touma*, comentou a situação dos funcionários da agência que atuam em Gaza:
“Muitos perderam entes queridos, parentes, vizinhos. Alguns colegas perderam suas casas.”
Segundo ela, “são médicos, enfermeiros, professores, engenheiros, trabalhadores do saneamento, motoristas, logísticos. Estes são realmente o núcleo da nossa operação, a maior que a ONU dirige no terreno na Faixa de Gaza e a mais antiga. Estes são nossos heróis anônimos. Apesar de tudo, muitos, muitos deles têm estado no terreno prestando serviços às pessoas necessitadas.”
As pessoas em Gaza procuram locais seguros para se abrigar
O profissional do Escritório da ONU para Assuntos Humanitários, Ocha, em Gaza, Hamada El Bayari, mencionou a dificuldade da chegada de recursos que possibilitem a continuidade de ações de assistência:
Ele contou que “a comunidade humanitária responde, apesar do fato de os recursos disponíveis em Gaza não serem suficientes. Houve uma interrupção quase completa da cadeia de abastecimento e, nos últimos dias, os recursos não foram autorizados a chegar a Gaza. Nos últimos dias, tornou-se extremamente desafiador para os trabalhadores humanitários colocar os pés onde está o impacto.”
Crianças traumatizadas
O profissional de Comunicação do Escritório Regional do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, no Oriente Médio e Norte de África, Salim Oweis, destacou a situação preocupante das crianças.
Ele narrou que a “situação é muito, muito terrível e estamos à beira de uma catástrofe humanitária. Até agora, na Faixa de Gaza, há mais de 500 crianças mortas e mais de 1,6 mil feridas. Esses são os números iniciais e crescem a cada hora. Infelizmente, o impacto excede os danos físicos à saúde emocional e mental das crianças e das suas famílias que tentam sobreviver a este evento traumático.”
Desde 7 de Outubro, mais de 423 mil pessoas já foram deslocadas em Gaza. Destes, mais de 270 mil refugiaram-se em abrigos da Unrwa, onde são fornecidos alimentos básicos, medicamentos e apoio.