O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), embarcou na noite da última terça-feira (9) para a Europa. Passará por Portugal onde receberá uma homenagem e, na sequência, participará do Fórum Esfera Internacional, em Paris, na França.
Rodrigo Pacheco foi acompanhado de uma comitiva de senadores. Não à toa, segundo artigo de Tales Faria, colunista do UOL, foram no grupo o presidente nacional do Progressistas, Ciro Nogueira (PP-PI), e o presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), além do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que é senador eleito pelo PSD de Minas Gerais.
Na viagem, Pacheco deve fechar a estratégia de campanha de seu candidato à reeleição para presidente do Senado. As candidaturas já estão a todo vapor na Casa.
Ex-presidente do Senado, Alcolumbre foi o principal cabo eleitoral da eleição e da reeleição de Pacheco para o cargo. Agora ele conta com o apoio integral do amigo para retornar à presidência da Casa.
Na viagem, os dois pretendem fechar a estratégia da campanha junto com o presidente nacional do PP, Ciro Nogueira. A ideia do grupo é que Ciro convença o presidente da Câmara, seu companheiro de partido Arthur Lira (AL), a se engajar na campanha.
O problema é que Lira tem trabalhado para eleger seu sucessor: o líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA). Isso pode fechar as portas para o nome do líder do PSD, Antonio Brito, cuja eleição para o comando da Câmara é considerada como prioridade pelo presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab.
Alcolumbre e Pacheco querem que Ciro Nogueira convença Lira a apoiar Antonio Brito em nome de um acordo entre União Brasil, PP e PSD para o comando do Congresso. Com isso, estaria garantida a permanência de um nome forte do centrão, como o de Alcolumbre, à frente do Congresso, quando terminar o mandato de Arthur Lira.
Em troca, ficaria a promessa de que Lira continuará opinando na distribuição das emendas dos deputados ao Orçamento e que terá o apoio do grupo para sua volta ao comando da Câmara após Antonio Brito.
Esse revezamento entre caciques e líderes do centrão no comando do Congresso — assim como na distribuição de emendas parlamentares — assusta o Palácio do Planalto. Significará que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ficará o governo inteiro dependente de Lira, Alcolumbre e companhia.
Gilberto Kassab não é empolgado com a ideia, mas tem dito aos senadores governistas que está “de mãos amarradas”. Sua bancada no Senado e na Câmara acabará aderindo ao acordo se Arthur Lira garantir apoio a um deputado do partido.