A Petrobras espera perfurar o primeiro poço em águas profundas na Foz do Amazonas, na costa do Amapá, até o final de 2024, disse o presidente da companhia, Jean Paul Prates.
“Temos a expectativa de no primeiro semestre do ano que vem ou, no mais tardar, no final do ano, de ir ao Amapá. Talvez essa descoberta não possa ser confirmada só com um poço, talvez tenha que fazer mais de um. Essa confirmação nos colocará a responsabilidade de decidir, como Estado brasileiro, se queremos produzir lá ou não”, disse Prates durante o seminário Caminhos para a transição energética justa no Brasil, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro na manhã da última quarta-feira (11).
A Petrobras planejava iniciar as perfurações na região este ano, mas em maio o Ibama negou o pedido da licença ambiental da estatal para a perfuração. No mês passado, o órgão ambiental aprovou a licença para uma perfuração na Bacia Potiguar, também na Margem Equatorial.
“Não há nenhum conflito intergovernamental sobre esse assunto, que vinha fluindo dentro de processo de licenciamento que envolve 16 perfurações”, disse.
Prates afirmou ainda que o atraso de meses no início das atividades na costa amapaense “faz pouca diferença”.
Mercadante defende exploração
Também presente ao evento, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou ainda que o banco quer apoiar a companhia nas atividades na Margem Equatorial.
“A Petrobras tem um papel fundamental para continuar produzindo petróleo, de qualidade e baixo custo, e aumentando as reservas. Se tivermos inteligência estratégica, a renda do petróleo pode ser o grande diferencial para o Brasil acelerar sua transição e ser o primeiro país do G-20 a chegar a carbono zero”, afirmou.
Mercadante também defendeu a ampliação do parque de refino da Petrobras.
“Nós não queremos ser exportadores de petróleo cru. Queremos ter refinarias e o BNDES quer ajudar a viabilizar esse salto para a Petrobras”, afirmou.
A respeito dos investimentos da Petrobras em energias renováveis, o presidente da companhia afirmou que a empresa vai entrar “logo” em projetos de geração eólica e solar terrestre, enquanto aguarda a aprovação do projeto de lei que vai regular as eólicas offshore no Congresso (PL 576/2021).
Segundo ele, a estatal vai priorizar projetos de geração híbrida, que combinam mais de uma fonte em um mesmo local.
Prates disse ainda que a empresa avalia a entrada na área de minerais críticas para a transição energética “com parcimônia”. O executivo disse que projetos nesse segmento não vão entrar no próximo plano de negócios da empresa, que vai se anunciado em novembro, com projetos para o período de 2024 a 2028.
“Podemos no futuro aproveitar nossos geólogos. É uma mineração completamente diferente, altamente tecnologizada, quase cirúrgica, tem que ter muita responsabilidade nesse processo”, disse.