domingo 22 de dezembro de 2024
Guilherme Haddad Nazar, diretor-geral da Binance no Brasil — Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
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terça-feira 10 de outubro de 2023 às 14:18h

Sobrinho de Haddad é indiciado por CPI por operar instituição financeira sem autorização

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Um sobrinho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está entre os indiciados na última segunda-feira (9) pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados sobre pirâmides financeiras com criptoativos.

Apesar do pedido constar do relatório do deputado Ricardo Silva (PSD-SP), nenhum parlamentar do PT ou da base aliada se movimentou segundo reportagem de Raphael Di Cunto e Marcelo Ribeiro, do jornal Valor, para o excluir do documento ou adiar a votação (cabia, por exemplo, vista do parecer por duas sessões).

O sobrinho de Haddad, Guilherme Haddad Nazar, é diretor-geral da Binance, maior corretora de criptomoedas do mundo. Ele foi acusado pela CPI de suposta gestão fraudulenta e de operar instituição financeira sem autorização.

No depoimento à comissão, ele negou que a empresa tenha participado das fraudes e disse que há interesse em comprar uma fintech no Brasil.

Corretora rebate relatório

A corretora Binance criticou o relatório da CPI que pediu o indiciamento de quatro diretores da empresa e afirmou que atua proativamente com as autoridades para aplicação da lei no Brasil e no mundo para detectar atividades suspeitas e combater fraudes.

A empresa disse que “não mediu esforços” para ajudar a CPI “por acreditar que a comissão contribuiria para um debate construtivo”. “Rechaçamos veementemente, porém, quaisquer tentativas de transformar a Binance em alvo, ou ainda expor seus usuários e funcionários, com alegação de más práticas sem nenhuma comprovação, em meio a disputas concorrenciais dada a posição de liderança da empresa no Brasil e no mundo”, afirmou a corretora, em nota.

A comissão solicitou ainda que a Receita Federal e Polícia Federal façam auditoria nas contas da empresa dos últimos cinco anos para aprofundar as investigações sobre supostos ilícitos cometidos com o uso da plataforma.

A Binance afirmou que nenhuma outra corretora de criptomoedas possui tantas licenças no mundo e que possui autorização de 18 países, como Itália, França, Japão e Emirados Árabes, “o que demonstra na prática nosso compromisso com a regulação da indústria”.

“A Binance destaca que atua em total conformidade com o cenário regulatório brasileiro e mantém diálogo constante com as autoridades para desenvolver a indústria de forma sustentável e segura, incluindo colaboração permanente e proativa com agentes de aplicação da lei, locais e internacionais, para combater crimes cibernéticos e financeiros e atividades fraudulentas — e que continuará a fazê-lo de forma séria e transparente”, disse em nota.

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