Qual o cenário da disputa eleitoral em Lauro de Freitas a um ano das eleições municipais

Em um ano, os eleitores de Lauro de Freitas, neste importante município da região metropolitana de 200 mil habitantes, irão às urnas decidir quem será o prefeito ou prefeita que irá comandar pelos próximos quatro anos a cidade que possui um potencial de negócios, turismo e serviços, inigualável que seja próxima de Salvador, considerada até uma extensão da capital baiana. Apesar da distância para o pleito, a disputa de 2024 já vem acirrando ânimos, principalmente dentro dos partidos na Bahia.

A eleição em Lauro de Freitas promete colocar à prova mudanças no equilíbrio de forças vistos a nível estadual no ano passado. Contudo, tais lideranças políticas precisam, antes, alinhar interesses internos de alas partidárias.

Sigla que comanda a prefeitura de Lauro, desde 2017, o PT de Moema Gramacho, que está em seu segundo mandato (quarto no total) vive seu momento mais conturbado. Sem um nome forte, ela deve buscar pela confiança, e estaria entre Ailton Florêncio, secretário de Administração do município e amigo pessoal da prefeita, ou atual vice-prefeito, Vidigal Cafezeiro, que está no Republicanos, mas iria para o PT.

Atualmente, há uma disputa interna — e externa — sobre quem vai representar os petistas nas urnas em Lauro de Freitas. Em Salvador, por exemplo, o PT deve apoiar o nome do vice-governador Geraldo Júnior (MDB), que deve disputar contra o favorito, o atual prefeito Bruno Reis (União Brasil), que conta com partidos da esquerda, centro e direita. Também por isso, o nome do empresário Teobaldo Costa (União Brasil), ex-candidato a prefeito em Lauro de Freitas, que obteve 34.216 votos em 2020, está sendo cogitado novamente.

Em Lauro, o PT ainda não decidiu. Vale lembrar que historicamente Moema nunca conseguiu fazer um sucessor na cidade.

Oposição

Quase vinte nomes aparecem neste processo ‘pré-eleitoral’. Nas eleições de 2022,  Lula recebeu em Lauro de Freitas 79.443 votos válidos, o que representa 66,36% dos votos para presidente na cidade. Já o então candidato ao governo, ACM Neto (União Brasil), teve 71.234 votos na cidade, representando um percentual de 58,98% dos votos, vencendo em Lauro o governador eleito Jerônimo Rodrigues (PT). Os números mostram que a população demostrou nas urnas, a insatisfação com a gestão da prefeita Moema Gramacho (PT).

O deputado federal e ex-prefeito João Leão, que foi peça principal nos votos de Neto na cidade, poderá ser a ‘salvação’ do grupo de oposição, diz Paulo Maneira, jornalista e apresentador dos podcasts Conjuntura Atual e Liga da Política. Nesta última eleição, Leão foi o deputado federal mais votado da cidade.

De acordo com Maneira, Leão é um nome de experiência e o único capaz de conseguir unir de fato todos partidos e os nomes em torno de um só projeto.

“É importante a gente definir o projeto, o que queremos para Lauro. Segundo, definir a aliança, quais são os partidos, as forças políticas de oposição a atual gestão que irão se fazer representar. Por último, o nome, a pessoa, que melhor estiver nas pesquisas, será o candidato. Será a união de todos, só nos unindo podemos vencer”, disse uma liderança ao #Acesse Política, que também pediu anonimato, pois pessoas próximas a ele trabalham na gestão de Moema Gramacho e isso poderia prejudicá-los.

Uma pesquisa interna feita por duas legendas da oposição, conforme apurou o #Acesse Política, teria dado o nome de João Leão na frente e estava em ‘disparada’. Na prefeitura de Lauro de Freitas, não se fala em outro assunto. Seria quase uma unanimidade, de forma discreta, é claro, que os servidores municipais comemoram para que seja Leão. Os pais e parentes desses muitos servidores, afirmam, que na gestão de João Leão, há mais de 30 anos, eles eram reconhecidos e valorizados.

Os nomes para disputarem a eleição em Lauro de Freitas ainda irão surgir, mas uma coisa já é dada como certa por todos os políticos nos bastidores, 2024 será um pleito histórico.