A CPMI do 8 de Janeiro vai ouvir, nesta terça-feira (3), o empresário Argino Bedin, tratado pela comissão como possível financiador dos atos golpistas na Praça dos Três Poderes.
Com apenas mais duas semanas de trabalhos, a comissão ainda pena segundo a coluna de Robson Bonin, da Veja, para encontrar elementos que justifiquem sua instalação, como a identificação dos responsáveis pela organização e financiamento dos ataques golpistas de janeiro.
Até aqui, a comissão conseguiu avançar obtendo documentos e provas oficiais sobre investigados no STF por envolvimento na trama golpista durante o governo de Jair Bolsonaro. Apesar do resultado positivo na coleta de indícios, os parlamentares não conseguiram encontrar um caminho nas oitivas da comissão.
As sessões da CPMI tornaram-se notícia por causa de duelos grotescos entre governistas e bolsonaristas, com lances de desmoralização explícita do Parlamento, não por revelações importantes durante os depoimentos.
A relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), tem um enorme desafio pela frente, ao formular um relatório que consiga refletir a credibilidade da investigação documental realizada pela comissão, sem cair no descrédito das disputas retóricas de menor relevância que dominaram o colegiado.