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O ministro da Justiça, Flavio Dino, o procurador-geral da República, Jorge Messias, e o presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, são fotografados durante a posse do juiz do Supremo Tribunal Federal, Luis Roberto Barroso, como presidente do tribunal, em Brasília, em 28 de setembro - - Foto: EVARISTO SA / AFP
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sábado 30 de setembro de 2023 às 21:01h

Deputadas da base do governo enviam carta a Lula pedindo uma ministra negra no STF

JUSTIÇA, NOTÍCIAS


Um grupo de 25 deputadas federais da base do governo enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedindo que ele indique uma mulher negra para o Supremo Tribunal Federal (STF).

O texto é assinado por parlamentares de partidos como o PT, do próprio presidente, PSOL, PSB e PCdoB.

Uma vaga na composição do STF foi aberta com a aposentadoria da ministra Rosa Weber. Ela chega aos 75 anos nesta segunda-feira (2), idade-limite para o serviço público, de acordo com a lei.

Lula, a quem cabe fazer a indicação, ainda não informou quem será o escolhido. Setores da sociedade têm reivindicado que seja uma mulher.

Com a saída de Rosa Weber, o STF fica com só uma ministra: Cármen Lúcia. Em 132 anos, a Corte teve 3 mulheres: a ministra aposentada Ellen Gracie, indicada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Cármen Lúcia (indicada por Lula em 2006) e Rosa Weber (indicada por Dilma Rousseff em 2011).

Na carta enviada a Lula, as deputadas argumentam que a nomeação de uma mulher negra é um passo essencial para a representatividade da população negra nas esferas de poder e também para a modernização do Judiciário.

“A reivindicação por uma ministra negra é essencial para o avanço na necessária transformação do sistema de justiça brasileiro, não só pela importância de ver o povo negro sendo representado, mas por todas as possíveis mudanças estruturais na forma como a lei será interpretada, o direito aplicado e a justiça feita”, afirmam as parlamentares.

Lula, porém, já afirmou que gênero e raça não serão critérios observados por ele na hora de fazer a indicação.

“O critério não será mais esse [gênero]. Eu estou muito tranquilo, por isso que eu estou dizendo que eu vou escolher uma pessoa que possa atender aos interesses e expectativas do Brasil. Uma pessoa que possa servir o Brasil. Uma pessoa que tenha respeito com a sociedade brasileira”, disse o presidente em entrevista nesta semana.

“Não precisa perguntar essa questão de gênero ou de cor”, continuou.

Para as parlamentares, na carta enviada ao presidente, a nomeação de uma mulher negra combate as desigualdades estruturais da sociedade.

“Como parlamentares do campo progressista, estamos comprometidas com o enfrentamento das desigualdades estruturantes em nossa sociedade. Neste sentido, consideramos a indicação de uma mulher negra um passo significativo em direção a um judiciário mais inclusivo e representativo, capaz de lidar com os desafios contemporâneos e proteger direitos fundamentais de todas as pessoas”, destacaram no texto.

Ainda não há uma data de quando Lula vai definir o nome do sucessor de Rosa Weber. Nos bastidores, políticos dizem que são favoritos o ministro da Justiça, Flávio Dino, o advogado-geral da União, Jorge Messias, e o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Bruno Dantas.

Deputadas que assinaram a carta

As deputadas da base que assinaram a carta são:

Ana Paula Lima (PT-SC)
Ana Pimentel (PT-MG)
Benedita da Silva (PT-RJ)
Camila Jara (PT-MS)
Carol Dartora (PT-PR)
Célia Xakriabá (PSOL-MG)
Dandara Tonantzin (PT-MG)
Daiana Santos (PCdoB-RS)
Delegada Adriana Accorsi (PT-GO)
Denise Pessoa (PT-RS)
Dilvanda Faro (PT-PA)
Duda Salabert (PDT-MG)
Erika Hilton (PSOL-SP)
Erika Kokay (PT-DF)
Ivoneide Caetano (PT-BA)
Jack Rocha (PT-ES)
Juliana Cardoso (PT-SP)
Lídice da Mata (PSB-BA)
Luiza Erundina (PSOL-SP)
Maria Arraes (SD-PE)
Natália Bonavides (PT-RN)
Profª Luciene Cavalcante (PSOL-SP)
Reginete Bispo (PT-RS)
Sâmia Bomfim (PSOL-SP)
Talíria Petrone (PSOL-RJ)

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