A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o marido, Jair Bolsonaro (PL), adotam uma postura completamente diferente quando o assunto é o tenente-coronel Mauro Cid. Enquanto o ex-presidente costuma dizer que considera seu ex-auxiliar um filho, Michelle faz questão de impor uma distância com o militar.
Alguns dias após a prisão do ex-ajudante de ordens, em maio deste ano, Michelle admitiu não ter boa relação com Cid. Ela afirmou que sequer mantinha contato com ele.
Na função de ajudante de ordens, o militar foi incumbido de cuidar das contas pessoais da primeira-dama. Segundo Michelle, as tratativas sobre os pagamentos eram feitas por meio de suas assessoras, que então falavam com Cid em seu nome.
“Eu não tinha nenhuma relação até porque eu não gosto dele, pessoalmente. A forma dele de trabalhar não combina com a minha”, afirmou.
Ela, no entanto, não deu detalhes sobre o que considerava equivocado na atuação do ex-ajudante de ordens. À época, além das fraudes em cartões de vacina contra a Covid-19, a Polícia Federal mirava Cid sobre as transações consideradas suspeitas envolvendo os gastos de Michelle custeados pelo militar.
Conforme revelou a revista Veja, Mauro Cid decidiu confessar à Polícia Federal que fraudou o seu próprio certificado de vacinação e o de sua família – mas não o de Bolsonaro – e que o dinheiro de presentes oficiais vendidos foi entregue ao ex-presidente em mãos.
O jornal O Globo e o portal UOL revelaram que Cid também vai envolver Bolsonaro em um plano golpista após a sua derrota para Lula em 2022. Ainda não há informações se o ex-ajudante de ordens pretende citar Michelle Bolsonaro em seu acordo de colaboração com a Polícia Federal.