A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (12) uma operação segundo Robson Bonin, da coluna Radar, para investigar indícios de corrupção em contratos superfaturados — apenas numa compra de coletes balísticos, sem licitação, teriam sido desviados 4,6 milhões de reais — do Gabinete da Intervenção Federal na Segurança Pública do Rio de Janeiro, em 2018. Walter Braga Netto, então interventor e chefe da repartição, é investigado e teve o sigilo telefônico quebrado pela Justiça.
A PF cumpre 16 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal. Braga Netto não é alvo de mandados.
A investigação mira crimes de patrocínio de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção ativa e passiva e organização criminosa supostamente praticadas por servidores públicos federais quando da contratação da empresa americana CTU Security na aquisição de 9.360 coletes balísticos superfaturados.
“A investigação começou com a cooperação internacional de Agência de Investigações de Segurança Interna na qual informa que a empresa americana CTU Security e o governo (do então presidente Michel Temer) celebraram contrato, através do Gabinete de Intervenção Federal do Rio de Janeiro, com sobrepreço em coletes balísticos”, diz a PF.
A autoridades americanas descobriram o crime no curso da investigação americana sobre assassinato do presidente haitiano Jovenel Moises, em julho de 2021, na qual a empresa CTU ficou responsável pelo fornecimento de logística militar para executar a derrubar Moises e substituí-lo por Christian Sanon, um cidadão americano-haitiano.