A zona do euro deverá crescer menos do que se esperava tanto este ano quanto no próximo, em meio à fraqueza da demanda doméstica e arrefecimento da demanda global, com desempenho particularmente negativo da Alemanha, segundo documento de projeções econômicas da Comissão Europeia publicado nesta segunda-feira (11).
Na edição de verão de seu relatório de projeções, a Comissão – braço executivo da União Europeia – agora espera que o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro cresça 0,8% em 2023. Em maio, a previsão era de alta maior, de 1,1%. Para 2024, a expectativa de expansão do bloco foi revisada para 1,3%, de 1,6% anteriormente.
O documento atribui a perspectiva de crescimento menor à fragilidade do consumo privado, diante da persistência da inflação alta.
“Os elevados e ainda crescentes preços ao consumidor da maioria dos bens e de serviços estão tendo um impacto maior do que o esperado (pelo relatório anterior, de maio)”, afirmou a Comissão, avaliando que a economia ainda cresce, mas com ímpeto menor.
Em agosto, a taxa anual da inflação ao consumidor (CPI) do bloco foi de 5,3%, permanecendo no mesmo nível do mês anterior e contrariando expectativas de desaceleração.
Apenas a Alemanha, maior economia da Europa, deverá sofrer contração econômica de 0,4% este ano, que se compara a uma previsão anterior de leve crescimento, segundo a Comissão.
O relatório desta segunda-feira vem antes de o Banco Central Europeu (BCE) revisar seu juros, na quinta-feira, 14, e publicar novas projeções de crescimento e inflação.
No segundo trimestre, o PIB da zona do euro cresceu apenas 0,1% em relação aos três meses anteriores, segundo revisão, e há expectativas de que o bloco fique estagnado no segundo semestre.
A UE também revisou para baixo sua expectativa de inflação na zona do euro em 2023, de 5,8% para 5,6%, mas fez ligeiro ajuste para cima na projeção de 2024, de 2,8% para 2,9%. A meta de inflação do BCE é de 2%.