A cúpula do Cidadania aprovou, neste sábado (9), o afastamento de Roberto Freire da presidência do partido, de acordo com informação da Itatiaia.
Freire estava na presidência da legenda há 30 anos. Antes chamado Partido Popular Socialista (PPS), a agremiação mudou de nome em 2019.
Com o afastamento, Plínio Comte Bittencourt, líder do Cidadania no Rio de Janeiro, assume a presidência da sigla. Ele foi deputado estadual entre 2003 e 2018.
A decisão sobre Freire também implica na saída do ex-deputado federal Daniel Coelho (PE) da vice-presidência do partido.
Em 1989, Freire disputou a Presidência da República pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB). Na década de 1990, surge o então PPS, fundado por dissidentes do PCB. O pernambucano é ex-deputado federal, senador e ministro da Cultura (durante a gestão de Michel Temer).
Em nota, Freire comunicou sua saída do comando da legenda. Leia a íntegra abaixo:
“Comunico minha saída da direção nacional. Desnecessário dizer que é irrevogável. Encerro, assim, uma longa vida neste partido, o único desde o PCB nos idos de 1962 do século passado.
Com a certeza de ter contribuído para sua bela história, de forma honrada e digna, saio ressaltando os homens e mulheres que deram a vida e respeito ao partido. Penso ter honrado a todos eles, travando o bom combate até o fim.
Fui leal aos meus princípios, aos princípios do partido e à nossa história, que, espero, não consigam desonrar. Aos amigos e companheiros leais de luta, que se somaram a mim nesse esforço, meu respeito e minha gratidão. Nestes termos, peço que tomem as devidas providências.”
A CNN tenta contato com o Cidadania.
“Vagabundo” e “picareta”
No mês passado, uma reunião virtual de membros do Cidadania foi marcada por momentos de bate-boca e discussão aos gritos entre membros da sigla.
Ao fim da reunião, foi aprovada uma resolução de parte dos integrantes do partido, para convocar o diretório nacional do Cidadania e reestruturar a executiva nacional do partido através de eleições. A proposta venceu por 13 votos a 11.
Freire defendeu que as eleições sobre para reestruturar a executiva nacional deveriam contar com todos os membros do partido e não apenas o diretório. Ele acusou parte dos integrantes da sigla de quererem derrubá-lo para apoiar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).