Com a demissão de Ana Moser, que será substituída pelo deputado André Fufuca (PP-MA) no Ministério do Esporte, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oficializou a terceira baixa de seu governo. Com a queda de Moser, o petista se iguala aos seus antecessores, Fernando Henrique Cardoso e Jair Bolsonaro, que também demitiram três titulares no primeiro ano no Palácio do Planalto.
Após reuniões no Palácio do Alvorada, Lula anunciou a reforma ministerial. Além da entrada do PP no governo, o deputado federal Silvio Costa Filho (Republicanos) assumirá o Ministério de Portos e Aeroportos. O atual titular, Márcio França, receberá uma pasta nova — a de Micro e Pequenas Empresas.
As mudanças na estrutura obedecem segundo Bernardo Mello e Luísa Marzullo, do O Globo, uma demanda política: a necessidade de acomodar o Centrão no governo. Este cenário se diferencia das gestão de FH, Bolsonaro e Dilma Rousseff, quando as primeiras baixas ocorreram após denúncias de corrupção ou por atritos internos.
No caso de Moser, a troca de uma ex-jogadora de vôlei com experiência técnica na área provocou revolta no setor do Esporte. Atletas e entidades organizaram o movimento “Ana Moser Fica” para tentar desarticular a decisão do presidente.
Os antecessores
Fernando Henrique demitiu três nomes do primeiro escalão no ano inaugural do governo, entre eles o comandante da Aeronáutica, Mauro Gandra, por suspeitas de tráfico de influência no Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam). Por sua vez, Lula, quando assumiu a Presidência em 2003, não mexeu no primeiro escalão no primeiro ano.
Dilma teve o dobro de baixas no mesmo período, todas por suspeita de corrupção. O mais emblemático foi Antonio Palocci, que deixou a Casa Civil após denúncias de enriquecimento ilícito durante seu mandato como deputado federal, entre 2006 e 2010. A gestão Bolsonaro registrou três quedas, sendo a primeira de Gustavo Bebianno da Secretaria-Geral da Presidência. Ele teve atritos com o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente. Na sequência, também por atritos com o governo, saíram o general Santos Cruz, da Secretaria de Governo, Ricardo Vélez, da Educação.