Ao autorizar a operação da PF deflagrada nesta sexta-feira (1º) para desarticular uma organização criminosa investigada por fraudes em licitações, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, atendeu o pedido da polícia e bloqueou os bens dos supostos integrantes do grupo. Entre eles, está o ministro das Comunicações do governo Lula, o deputado federal licenciado Juscelino Filho (União Brasil-MA), diz a coluna de Robson Bonin e Gustavo Maia, da Veja.
O ministro entendeu que há elementos de que houve desvio do dinheiro da emenda parlamentar direcionada, mas não autorizou a busca pessoal porque não tinha nada concreto especificamente da atuação direta do ministro. Barroso considerou a medida muito drástica, diante dos elementos disponíveis. Mas deixou claro na decisão a necessidade continuar as investigações.
As verbas, segundo os investigadores, foram desviadas da Codevasf. Irmã de Juscelino Filho, a prefeita de Vitorino Freire (MA), Luanna Resende, foi um dos alvos da operação. O ministro é citado na investigação, mas não foi alvo dos policiais nesta sexta.
Na ação, os agentes foram às ruas cumprir 12 mandados de busca e apreensão nas cidades de Vitorino Freire, São Luís e Bacabal, as três no Maranhão. “Também estão sendo cumpridas medidas cautelares diversas da prisão, tais como afastamento da função pública, suspensão de licitações e vedação da celebração de contratos com órgãos públicos, bem como ordens de indisponibilidade de bens”, informou a PF pela manhã.
A investigação foi iniciada em 2021 e mira, agora, o núcleo público da organização criminosa, após se rastrear a indicação e o desvio de emendas parlamentares destinadas à pavimentação asfáltica de um município maranhense. Se confirmadas as suspeitas, os investigados poderão responder por fraude a licitação, lavagem de capitais, organização criminosa, peculato, corrupção ativa e corrupção passiva.