A 15ª Cúpula do Brics, que termina nesta quinta-feira (24), em Joanesburgo, na África do Sul, anunciou a entrada de seis países no bloco. Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã agora fazem parte do grupo.
Eles se unem aos atuais membros: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A entrada de novos países era um dos principais objetivos da reunião, que começou na última terça-feira (22/8).
“Agora, o PIB do Brics eleva-se para 36% do PIB global em paridade de poder de compra e 46% da população mundial”, comemorou o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em discurso no fim do evento. “O Brics continuará aberto a novos candidatos e, para isso, aprovamos também critérios e procedimentos para futuras adesões”, pontuou o mandatário.
Formado por países de economias emergentes, o Brics (sigla para Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) foi criado em 2001. O nome foi primeiramente usado para se referir ao crescimento econômico de alguns países ao redor do mundo Getty Images
Em seu discurso, Lula fez questão de citar a Argentina, mostrando o comprometimento feito com o governo vizinho desde o início de sua gestão.
“Por fim, dedico uma mensagem especial ao querido Alberto Fernández, presidente da Argentina e grande amigo do Brasil e do mundo em desenvolvimento. Continuaremos avançando lado a lado com nossos irmãos argentinos em mais um foro internacional”, apontou Lula.
Carta do Brics
Eles assinaram a carta de compromissos Joanesburgo II, em que confirmam objetivos de multilateralismo, cooperação, desenvolvimento sustentável e atenção às pessoas. Mesmo com a Rússia, que invadiu a Ucrânia no ano passado, entre os membros, a carta chama a atenção para a paz mundial.
“Estamos preocupados com os conflitos em curso em muitas partes do mundo. Salientamos o nosso compromisso com a resolução pacífica de diferenças e disputas através do diálogo e de consultas inclusivas de forma coordenada e cooperativa e apoiamos todos os esforços conducentes à resolução pacífica de crises”, diz o documento.
Há também a criação de um grupo de trabalho para construir uma moeda comum de transações comerciais entre os países.
Aparece também na carta uma forte cobrança aos países desenvolvidos para contribuição financeira no sentido de preservação do meio ambiente, além de uma crítica direta à Organização das Nações Unidas (ONU).
“Apoiamos uma reforma abrangente da ONU, incluindo o seu Conselho de Segurança, com vista a torná-lo mais democrático, representativo, eficaz e eficiente, e a aumentar a representação dos países em desenvolvimento nos membros do Conselho”, descreve o documento.