Grávida no início da adolescência, Cileide Silva, 30 anos, teve filho aos 14, e precisou deixar a escola para cuidar da criança. A vendedora autônoma sonhava em se profissionalizar na área de Estética, mas, para isso, precisava terminar os estudos. Ingressou no programa de Educação de Jovens e Adultos do SESI Bahia e concluiu sua formação escolar este ano. “É uma felicidade muito grande”, comemora.
A vida de Cileide é uma das transformadas pela EJA EaD do SESI Bahia, projeto que teve suas primeiras turmas em 2013 e ontem teve 10 anos de história celebrados num evento realizado na Escola SESI Reitor Miguel Calmon, no bairro do Retiro, em Salvador.
A superintendente executiva de Educação e Cultura do SESI Bahia, Clessia Lobo, conta que, com o apoio do SESI Nacional, SESI Paraná e um consultor da Universidade Federal de Brasília (UNB), foi estruturado, em 2009, o primeiro projeto de EJA a distância na Bahia. “Percebemos que um dos entraves para os jovens e adultos era a dificuldade de estar presencialmente na escola. A modalidade EaD facilitaria o acesso”, explica.
Mas ainda não havia Lei que regulamentasse a oferta desta modalidade de ensino para a EJA no estado. Em função da proposta do SESI, em 2011 o Conselho Estadual de Educação criou uma resolução que viabilizou o projeto e, em 2013, iniciaram-se as primeiras turmas em Salvador e Vitória da Conquista.
“É um modelo consolidado, que deu certo, do qual não podemos recuar. Mas, surgem novos desafios e agora pensamos na pluralidade da oferta para atender às necessidades das pessoas que desejam concluir seus estudos”, afirma Clessia Lobo.
O programa tem parcerias com organizações e empresas, como a Ferbasa, que adotou a EJA do SESI para elevar a escolarização de seus colaboradores, desde o início do projeto. “Desde 2014, quando criamos o programa Ferbasa Educa, temos o SESI como parceiro. São mais de 500 funcionários formados e acho que a gente só termina quando não tivermos mais nenhum trabalhador com a escolaridade incompleta”, avalia a analista de Responsabilidade Social da empresa, Ana Freitas.
Emocionada, a gerente de EJA do SESI Bahia, Gisele Freitas, fez um agradecimento à toda equipe que atua no programa. “Estamos há 10 anos levando a escola a lugares que a gente não imaginou, como fazendas, locais que a equipe leva até quatro horas para chegar. Então, falar de EJA é falar de respeito, amor e transformação de vidas”, disse.
Convidada do evento, a doutora em Educação e especialista em Desenvolvimento Industrial do SESI, Edilene Aguiar, Edlene Aguiar, afirmou que a educação é capaz de transformar a vida de um país e que “o SESI Bahia tem feito história, dedicando-se a encurtar o caminho entre a casa e a escola.
Participaram do evento representantes da secretaria estadual de Educação, Márcio Lima, vice-presidente nacional da Central única das Favelas (Cufa), gerentes de unidades do SESI no interior da Bahia, Ricardo Lima, gerente do ITED, Unidade de Inovação e Tecnologias Educacionais do SENAI e profissionais dos SESI São Paulo e Alagoas.