A Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) comemorou, nesta última quinta feira (17), os 50 anos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em sessão especial proposta pelo deputado Eduardo Salles (PP), que contou com a presença de parlamentares, gestores, pesquisadores e servidores da instituição homenageada.
Moderada pelo proponente, a mesa do evento foi composta pelo chefe-geral da Embrapa, Francisco Laranjeira; o chefe de gabinete da Secretaria de Agricultura do Estado da Bahia Luiz Pinho Rezende; o secretário estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), Osni Cardoso; o superintendente federal do ministério da Agricultura, Fábio Rodrigues; defensora pública Mônica Aragão; o vice-prefeito do município de Cruz das Almas, André Luiz Eloi Costa, representando o Executivo de todos os municípios da Bahia; o vice-presidente da Fieb, Sérgio Pereira de Oliveira; o diretor do Sebrae, Vitor Lopes; o superintendente estadual do Banco do Nordeste, Pedro José de Lima Neto; o superintendente de governo da Caixa Econômica Federal, Eduardo Murta; o diretor de Administração e Finanças da Desenbahia, Fábio Serra Vale Franco; o presidente do Conselho da Associação Comercial da Bahia, Wilson Andrade; o diretor de habilitação do Detran, Max Passos; o pesquisador sênior citros da Embrapa Cruz das Almas – mandioca e fruticultura, Orlando Passos; e o diretor-regional do nordeste do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf), Orlando Oliveira.
Dedicação
Na comemoração, o deputado Eduardo Salles, que também é agrônomo e foi secretário estadual de Agricultura, falou sua dedicação ao setor agropecuário, e sobre a importância de reconhecer a história de serviços prestados pela Embrapa ao longo dos 50 anos.
O parlamentar remontou aos anos 1960/70, quando o Brasil ainda importava grande parte dos alimentos que consumia. Em 1973, a Embrapa foi criada pelo engenheiro agrônomo Alysson Paulinelli, ex ministro de Agricultura do governo Médici, com a missão é gerar conhecimentos e tecnologias para a produção de alimentos, fibras e fontes de energia.
Segundo Salles, a instituição tem sido fundamental para que a agropecuária brasileira responda por cerca de 1/4 do PIB, o Brasil tenha o maior rebanho bovino do mundo, e seja o maior produtor mundial de soja, café, açúcar, suco de laranja, carne bovina e etanol.
“Cinquenta anos depois, o Brasil é referência em ciência e tecnologia no campo, graças ao esforço de cada agricultor, mas, decididamente, não teríamos chegado a esse resultado sem a Embrapa”, afirmou.
No que diz respeito à Bahia, o progressista lembrou que, antes, boa parte dos 56 milhões de hectares do Estado era de terras improdutivas. “Graças ao trabalho da Embrapa, no cerrado, região que compõe o Matopiba (formada pelo estado do Tocantins e partes dos estados do Maranhão, Piauí e Bahia), esses milhares de hectares estéreis agora têm grande produtividade de algodão, soja, café, fruticultura e até cacau”, afirmou.
O deputado ressaltou o saldo positivo dos 50 anos de produção científica e tecnológica do órgão homenageado, tanto na segurança alimentar, quanto da balança comercial e destacou o trabalho realizado há 48 anos, em Cruz das Almas, pelo Centro Nacional de Pesquisa em Mandioca e Fruticultura, “que tem feito um trabalho de excelência que ajudou o Brasil a se tornar o terceiro maior produtor de frutas do mundo e a mandioca ser produzida em todos os municípios baianos e nosso estado ter a segunda maior produção nacional”, informou.
Reconhecimento
O diretor-regional do Sinpaf-Nordeste, Orlando Oliveira, falou dos produtos e tecnologias desenvolvidas pela Embrapa Mandioca e Fruticultura, que elevaram o cultivo e a produção de mandioca e fruteiras a novos patamares em todo o mundo. “O impacto positivo desses avanços se estende além dos números, gerando empregos diretos e indiretos, consolidando comunidades produtivas e melhorando indicadores econômicos locais e regionais”.
Para o sindicalista, é impossível falar da história de sucesso da Embrapa sem reconhecer o desempenho do Sinpaf, “que há décadas tem sido um verdadeiro baluarte em busca de trabalho digno, melhores condições de qualidade de vida para os trabalhadores e trabalhadoras, melhores remunerações e contra a precarização”.
Desafios
O diretor-geral da Embasa também discorreu sobre a trajetória da agropecuária brasileira nos últimos 50 anos, segundo ele marcada por uma notável evolução, com o Brasil transformando-se em um dos principais expoentes globais na produção de alimentos. Em sua opinião, a história de sucesso não seria possível sem parceria com várias instituições integrantes do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária, entre elas, universidades, institutos e empresas estaduais de pesquisa, fundações de apoio à pesquisa, agências de defesa agropecuária, empresas de residência técnica e extensão rural.
“Essas, responsáveis diretas por levar nossas tecnologias aos produtores, e os produtores, os grandes propulsores do desenvolvimento agrícola e da segurança alimentar em nosso país”, explicou.
Francisco Laranjeira adiantou que, com o legado de realizações e inovações, a empresa continuará desempenhando seu papel na promoção do desenvolvimento sustentável da agropecuária brasileira. “A Embrapa tem se preparado para enfrentar os desafios que se avizinham. Ao reforçar abordagens sustentáveis e inclusivas, a instituição continuará sua busca por soluções que garantam a segurança alimentar e impulsionem o desenvolvimento socioeconômico do Brasil”, afiançou.