O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) depositou em juízo nesta quarta-feira (16) a quantia de R$ 913.336,08 referente a multas acumuladas por causa do descumprimento de orientações sanitárias das autoridades de São Paulo durante a pandemia de Covid-19.
Bolsonaro foi pessoalmente a uma agência do Banco do Brasil em Brasília para efetuar o pagamento — uma foto do ex-presidente com o cartão inserido na máquina de um guichê foi divulgada por aliados.
A quitação dos débitos de Bolsonaro por não ter usado a máscara de proteção ou por ter participado de aglomerações durante a pandemia ocorre no mesmo dia em que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado do ex-presidente, enviou à Assembleia Legislativa (Alesp) um projeto de lei que concede anistia a quem foi multado durante o período de emergência sanitária. Uma das justificativas apresentadas pelo governo em defesa da proposta foi a de promover a “pacificação social envolvendo os embates que permeiam o tema”.
O valor pago pelo ex-presidente não alcança o total devido por Bolsonaro. Até esta tarde, o ex-presidente tinha dívidas ativas inscritas no sistema estadual que totalizavam R$ 1,079 milhão, todas elas aplicadas pela Secretaria Estadual de Saúde. O valor supera em R$ 166,4 mil a quantia que o ex-presidente informou ter pagado nesta quarta-feira.
Ao GLOBO, o governo de São Paulo não soube confirmar se o pagamento feito por Bolsonaro quita suas pendências com o Estado e nem informou se o ex-presidente poderá pedir ressarcimento caso o projeto enviado por Tarcísio à Alesp seja aprovado. O texto, inicialmente, não prevê a devolução de nenhum valor que tenha sido pago.