O relator do arcabouço fiscal na Câmara, deputado Claudio Cajado (PP-BA), afirmou em entrevista à GloboNews nesta manhã de terça-feira (15), que respeita o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas não concorda com sua afirmação de que há “excessos de poderes” na Câmara dos Deputados e que tal poder não poderia ser usado para “humilhar o Senado e o Executivo”. Na avaliação de Cajado, Haddad não estava se referindo ao presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e disse que o poder judiciário tem protagonismo maior, no exercício de suas posições, do que o Congresso Nacional.
“Eu pessoalmente até não concordo com o ministro Haddad, com todo respeito, porque o poder judiciário tem tido até mais protagonismo no exercício das suas posições frente aos demais poderes da República que o Congresso Nacional. Mas me parece que a Câmara tem tido uma atuação extremamente importante para com o país. Nós votamos de forma célere todas as matérias de interesse do Brasil, da sociedade brasileira, que beneficiam o governo, haja visto o próprio marco fiscal, a reforma tributária, todos os projetos que chegaram aqui foram votados”, disse o relator do arcabouço fiscal na entrevista.
Cajado falou também sobre a retomada da discussão do projeto pelos deputados, nesta semana, depois de ter recebido do relator no Senado, Omar Aziz (PSD-AM), o novo texto com as alterações propostas. Segundo o deputado, há mudanças a serem feitas, mas primeiro quer conversar com os deputados para definir quais alterações serão necessárias. “É injusto privilegiar ciência e tecnologia e não tirar Bolsa Família, seria importante tratar todas as despesas com isonomia”, destacou.
O relator disse que se fosse levada em conta só a sua opinião, manteria o relatório mas ponderou que o Senado tem legitimidade para alterar. “Na minha opinião era para poder manter o nosso relatório, mas o Senado tem toda legitimidade de poder alterar o nosso relatório, e o colégio de líderes vai decidir. Nós vamos coletivizar dessa vez a decisão: se os líderes entenderem que devamos manter essas alterações que o Senado fez no nosso parecer, eu acatarei sem problema nenhum. Não farei mais um cavalo de batalha sobre a minha posição tecnicamente sustentável, falando em relação ao conjunto de despesas estarem tecnicamente todas juntas”, afirmou Cajado. Ele frisou, contudo que não concorda com aumento de impostos