Embora investigações que mirem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados sejam em certa medida preocupações mais prementes da Polícia Federal, a cúpula da instituição ainda não desistiu segundo
, da Veja, de conseguir a exclusividade na segurança do presidente Lula e, como consequência, desalojar militares que hoje orbitam o aparato de guarda costas do petista. Uma proposta para que a PF tenha o controle absoluto da segurança do atual mandatário, da primeira-dama Janja e do casal Geraldo e Lu Alckmin está nas mãos do Executivo desde que Lula optou, no final de junho, por um modelo híbrido em que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) também é contemplado. Conforme mostrou a revista, a solução na época era um aceno de pacificação com os militares, em descrédito após o quebra-quebra do dia 8 de janeiro.A proposta que a PF considera ideal estabelece que policiais federais façam a segurança do presidente e do vice e ao GSI seja ofertada a guarda de palácios de governo. Este arranjo tem como principal apoiadora a primeira-dama, que se recusa a ser escoltada por militares, mas um recente episódio também passou a ser usado como arma argumentativa para diminuir os poderes do GSI. Há duas semanas, o Ministério do Desenvolvimento, pasta ocupada pelo vice Geraldo Alckmin, foi evacuado após uma ameaça de bomba. Naquele dia 26 de julho, a primeira equipe a ser acionada para verificar o local foi a PF, o que motivou policiais a afirmarem que, em casos sérios, são eles, e não os militares a serem chamados. Ao final, tanto equipes da PF, quanto da Polícia Militar e do próprio Gabinete de Segurança Institucional fizeram uma varredura na área e detectaram que só havia roupas na mala de viagem que supostamente abrigaria a bomba.
Apesar de caber ao GSI há pelo menos 80 anos a segurança dos presidentes da República, a alegada bolsonarização dos militares e a cantilena de parte da caserna de que as eleições de 2022 haviam sido fraudadas foram usadas como argumento do governo Lula para que fosse criada, logo após a posse, uma secretaria específica, com validade inicial de seis meses e subordinada à PF, para cuidar da segurança do mandatário. Às vésperas do fim do prazo de vigência da secretaria e da escolha do modelo híbrido, policiais federais chegaram a ameaçar um protesto caso tivesse de se submeter aos militares. Contam agora que uma canetada final do Palácio do Planalto possa dar fim à contenda.