Na última quinta-feira (10), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou uma situação de catástrofe no Havaí devido aos incêndios florestais que estão afetando principalmente a ilha de Maui, onde, segundo fontes oficiais, há uma “devastação generalizada”.
A declaração foi feita à emissora CNN pela administradora da Agência Federal de Gestão de Emergências (FEMA), Deanne Criswell, que afirmou que “a devastação generalizada está sendo vista em muitos lugares diferentes de Maui”, com a maioria dos incêndios ainda fora de controle.
Criswell afirmou que a presença da agência na zona é ainda reduzida, com uma capacidade “limitada” para localizar pessoas. Após uma primeira contagem oficial, há até agora 36 mortos, enquanto milhares de pessoas estão sendo evacuadas da ilha.
A vice-governadora de Maui, Sylvia Luke, reconheceu que as autoridades estão “muito preocupadas” com um possível aumento significativo do número de mortos, uma vez que muitas partes da ilha continuam isoladas.
– Temos recebido chamadas em nível nacional de pessoas à procura de familiares que não conseguem contatar – disse em entrevista à CNN.
Biden ordenou que a ajuda federal complemente os esforços de recuperação estaduais e locais nas áreas afetadas pelos incêndios florestais que começaram em 8 de agosto. Além disso, ele determinou que Guarda Nacional e a Terceira Frota no Havaí façam tudo o que estiver ao seu alcance para ajudar as autoridades locais.
– Estamos trabalhando o mais rápido possível para combater estes incêndios e evacuar residentes e turistas – afirmou durante um discurso no estado do Utah.
O democrata também falou por telefone com o governador do Havaí, Josh Green, e expressou as suas profundas condolências pelas vidas perdidas e pela extensa destruição de terras e propriedades.
Enquanto milhares de cidadãos, muitos deles turistas, tentam fugir da ilha, a Administração Federal da Aviação (FAA) decidiu restringir o espaço aéreo na zona próxima da cidade de Lahaina, devastada pelo fogo, e também em Kihei e Kula, para facilitar os esforços de salvamento.
Na última quarta-feira (9), pessoas foram resgatadas pela Guarda Costeira depois de dezenas terem escapado do incêndio saltando para o mar.
As autoridades pedem que os residentes e visitantes abandonem a área “o mais rápido possível” devido aos recursos “limitados” para lidar com a crise, admitiu o condado de Maui em comunicado.
Embora várias ilhas havaianas tenham sido afetadas, os maiores danos estão sendo sofridos por Maui, de onde 11.000 pessoas foram evacuadas na quarta-feira, de acordo com a CNN, enquanto se espera que pelo menos mais 1.500 abandonem a ilha nesta quinta-feira.
As companhias aéreas estão oferecendo passagens a preços baixos para incentivar as saídas e organizar novos voos para Maui.
As imagens mostram zonas completamente destruídas, especialmente em cidades como Lahaina, uma cidade histórica no oeste de Maui e uma das zonas turísticas mais populares da ilha.
– Praticamente toda a cidade ardeu, toda a zona histórica, casas e empresas – disse Richie Olsten, diretor de operações da Air Maui Helicopters, à CNN.
Olsten relatou que centenas de pessoas estão em abrigos, como o Memorial Stadium, mas muitas “não têm para onde ir” porque ainda não foram criados lugares suficientes.
A conta do Twitter da Agência de Gestão de Emergências do condado de Maui está constantemente atualizando informações sobre os abrigos montados e onde há água potável disponível.
Segundo as autoridades, a seca severa que afetou as ilhas nos últimos meses e os ventos fortes provocados pelo furacão Dora fizeram com que as chamas se propagassem em ritmo muito mais rápido.