Debates sobre desarmamento nuclear acontecem nas Nações Unidas, em meio aos 78 anos após os bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki no Japão. A sede da ONU, em Viena, acolhe as negociações do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares até 11 de agosto.
A alta representante da ONU para Assuntos de Desarmamento, Izumi Nakamitsu, reforçou o alerta de que “desde o auge da Guerra Fria” não há risco tão alto de uma arma nuclear ser usada.
Tratado de Não Proliferação Nuclear
A ONU aponta um momento de subida das tensões globais, com um nível recorde de gastos militares mundiais que supostamente atingiram US$ 2,2 trilhões em 2022.
Segundo a alta representante, a situação destaca as armas nucleares, “através de programas de modernização, alegações de estoques crescentes e ameaças”.
Ela acrescenta que nos últimos 12 meses as armas nucleares foram usadas abertamente como ferramentas de coerção deve preocupar a todos.
O Tratado de Não-Proliferação Nuclear de 1968 é um dos únicos acordos internacionais assinados por Estados nucleares e não nucleares, com o objetivo de impedir a disseminação do tipo de armamento e promover o desarmamento nuclear.
Acordo de limitação de armas mais endossado
Depois de entrar em vigor em 1970, 191 Estados se tornaram parte do tratado, sendo o acordo de limitação de armas mais endossado.
O acordo prevê que países que não possuam armas nucleares concordam em nunca as adquirir. Já os que possuem, devem compartilhar os benefícios da tecnologia, enquanto buscam o desarmamento e a eliminação dos arsenais nucleares.
Além dos debates em Viena, que antecedem a revisão quinquenal do Tratado de Não-Proliferação Nuclear em 2026, os países também trocaram informações sobre a questão na Conferência de Desarmamento da ONU, em Genebra, na semana passada.
Inteligência artificial
Nos últimos dias, apesar de preocupações de que a Conferência permaneça em um impasse devido a desenvolvimentos geopolíticos, os 65 membros do fórum ouviram representantes do Escritório das Nações Unidas para Assuntos de Desarmamento e do Instituto das Nações Unidas para Pesquisa de Desarmamento sobre o uso de armas artificiais inteligência no campo de batalha.
O objetivo das discussões é criar um mecanismo que permita um diálogo multilateral regular e a inclusão das opiniões de países que não estão ativamente envolvidos no desenvolvimento da inteligência artificial, para garantir o desenvolvimento responsável e a implantação da tecnologia no domínio militar.
A Conferência sobre Desarmamento, criada em 1979, não é formalmente um órgão da ONU, mas se reporta à Assembleia Geral da ONU.
Seu mandato busca reforçar que o desarmamento e a não-proliferação continuam sendo ferramentas indispensáveis para criar um ambiente de segurança favorável ao desenvolvimento humano, como prevê a Carta das Nações Unidas.