Considerada uma grande derrota para o governo federal, a convocação de Rui Costa na CPI do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) pode subir no telhado, diz o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles. Isso se depender da vontade do Planalto, que questionou ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se há possibilidade de barrar o comparecimento do ministro-chefe da Casa Civil.
O PT estuda de acordo com o portal, acionar a Mesa Diretora da Câmara e alegar que o chamamento de Rui Costa visa constrangê-lo. Irão citar a sessão que contou com o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional general Gonçalves Dias. Na terça (1º), o militar foi provocado quando deputados bolsonaristas comeram melancia à sua frente. Melancia seria uma referência para “verde por fora e vermelho (esquerdista) por dentro”.
O relator da CPI do MST, Ricardo Salles (PL-SP), quer ouvir Rui Costa sobre as movimentações do governo quanto às ocupações no país. O ministro também foi o governador do Estado com mais assentamentos do MST. A Bahia abriga 218 acampamentos e 156 ocupações do grupo, com mais de 35 mil famílias.
Lira não deve agir publicamente contra a CPI, mas nos bastidores considera que o colegiado é um palco para repetidos “shows de horrores”, com episódios de discussões entre os governistas e a oposição. O presidente da Câmara pode dificultar a prorrogação do colegiado.
Na última segunda-feira (31), o presidente da CPI do MST, tenente-coronel Zucco, pediu para prorrogar os trabalhos do grupo por mais 60 dias. Normalmente, CPIs só funcionam por até 120 dias, ou seja, a Comissão tem, em tese, que acabar até 14 de setembro.